Dado reforça a necessidade dos sistemas de retenção (tipo cadeirinhas) que reduzem em cerca de 70% probabilidade de lesões fatais em bebês
A cada 4 minutos uma criança perde a vida no trânsito no mundo. Este é o dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde no documento “Dez estratégicas para a segurança de crianças no trânsito”.
Segundo o mesmo relatório, o problema é mais grave nos países de baixa renda, nos quais as taxas de mortalidade para crianças são em média três vezes maiores que nos países de alta renda.
No Brasil, país considerado em desenvolvimento segundo os critérios da Organização, no ano de 2013 foram 1.694 mortes de pessoas entre 0 e 14 anos – o que representa 4% de todas as mortes no trânsito no país (dados do Ministério da Saúde). Esta mesma faixa etária representa 24% da população brasileira.
Apesar da participação proporcionalmente menor de pessoas entre 0 e 14 anos nas mortes no trânsito se comparado a sua parcela correspondente na população brasileira, é importante considerar que estes usuários são caracterizados por não possuírem meios de transporte motorizado próprios, ou seja, para que se desloquem em um veículo motorizado devem ser necessariamente transportados por um adulto habilitado, explica o professor Tiago Bastos, doutor em Engenharia de Transportes e professor da Universidade Federal do Paraná e membro do ONSV (OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária. “Dessa forma, pode-se deduzir que boa parte dos deslocamentos dessa faixa etária é por meios não motorizados, principalmente no modo a pé”.
A consequência disso, aliada a uma infraestrutura de deslocamentos para pedestres e outros usuários não motorizados deficiente, é que 41% das vítimas fatais no trânsito de 0 a 14 anos foram pedestres (dado relativo ao ano de 2013). Outros 36% das vítimas fatais seriam ocupantes de automóveis – ressalta-se, portanto, a importância da utilização dos dispositivos de retenção previstos na Resolução 277 do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito – (para menores de 10 anos). Os jovens nesta faixa etária vitimados como ocupantes de motocicletas representam 12% do total, seguidos pelos ciclistas, que correspondem a 9% na distribuição das mortes por modo de transporte. Em alguns estados brasileiros, vale destacar que as vítimas fatais de 0 a 14 anos ocupantes de motocicleta representam percentuais bem maiores, chegando a 21% do total nos estados do Nordeste e a 18% nos estados do Norte, que são também as regiões onde a utilização da motocicleta é mais difundida.
Uma análise da evolução das mortes no trânsito na faixa etária entre 0 e 14 anos nos últimos 10 anos no Brasil, de 2004 a 2013, mostra que houve uma redução de cerca de 22% neste período, comenta. Bastos explica, entretanto, que apesar disso, alguns estados apresentaram aumentos expressivos no mesmo período, como é o caso do Acre (aumento de 22%); Rondônia (aumento de 19%); Piauí (aumento de 15%); Maranhão (aumento de 8%); e Bahia (aumento de 5%).
Já os estados que apresentaram as maiores reduções no número de mortes no trânsito, acima da média nacional, na faixa etária em questão foram o Amapá (redução de 44%); Distrito Federal (redução de 39%); e Rio Grande do Sul (redução de 37%)
De acordo com o professor, um olhar um pouco mais específico foi lançado sobre a faixa etária de 0 a 4 anos, devido a serem esses os “usuários-alvo” de medidas como os dispositivos de retenção (bebê conforto e cadeirinha). Considerando as mortes nesta faixa etária e sendo as vítimas ocupantes de automóvel, houve um aumento de 22% das vítimas fatais no país nos últimos 10 anos. “Isso reforça ainda mais a importância do cumprimento da legislação pertinente ao tema, defende; segundo o documento da OMS, os sistemas de retenção reduzem a probabilidade de lesões fatais em cerca de 70% entre bebês e de 54% a 80% entre as crianças menores”.
No entanto, vale lembrar que tal crescimento nas mortes de ocupantes de automóveis na faixa etária entre 0 e 4 anos, pode ter sido em parte influenciado pelo próprio aumento da frota de automóveis, que cresceu mais de 60% no mesmo período, pondera Bastos.
Bastos defende que para buscar um melhor entendimento da questão devem ser enumeradas algumas características particulares aos deslocamentos de crianças, que proporcionam uma visão geral da questão:
Bastos ressalta ainda que, com o intuito de minimizar os impactos do trânsito na mobilidade de crianças, a OMS recomenda 10 estratégias, cujos efeitos muitas vezes não se restringem apenas à segurança das crianças, mas sim de todo o sistema de trânsito:
(*) O relatório da OMS está disponível para leitura em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/162176/11/WHO_NMH_NVI_15.3_por.pdf?ua=1
¹Base de cálculo: comparação das médias do período 2004-2006 e 2011-2013
²Salienta-se a pequena quantidade de dados
Cidadania e Trânsito: ações para conscientização e segurança viária
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Você dirige bem? Se possui algum desses hábitos, não
O BOL (Brasil Online) - portal de notícias do Grupo Folha – questionou os leitores na última sexta-feira (12), com base em informações do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, para saber o quanto dirigem bem. A reportagem também destacou cinco hábitos importantes que fazem motoristas não se envolverem em sinistros de trânsito.
Programa Educa apresenta novidades em 2024 e ações para o Maio Amarelo durante reunião nacional
Foi realizada na última quinta-feira (11), a reunião do programa Educa com 18 municípios integrantes do programa de Educação para o Trânsito nas escolas. Durante a abertura, o CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, comentou sobre o encerramento do projeto-piloto Educa e o início de uma nova fase, com a transição digital do programa e a disponibilização dos conteúdos aos municípios.
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