Diante
da medida provisória editada pelo presidente Bolsonaro, que extingue o seguro
obrigatório DPVAT a partir de janeiro de 2020, o programa 90 minutos da Rádio
Bandeirantes da última terça-feira (12/11), debateu sobre esse tema. O
diretor-presidente do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, José Aurelio
Ramalho foi um dos especialistas ouvidos para comentar sobre os prós e contras
da ação.
Para
Ramalho, “O seguro DPVAT é um seguro único no planeta, só tem no Brasil. Ele
serve para indenizar vítimas de acidentes de trânsito, independentemente de
você provar quem é o culpado, ou anotar a placa do carro, se você fizer um
boletim de ocorrência e disser que foi atropelado, o carro passou em cima do
seu pé, isso já te dá direito de entrar com pedido no seguro DPVAT, essa é a
parte que eu considero frágil no processo”, argumenta.
O
diretor-presidente do OBSERVATÓRIO ressalta a parte positiva e também
questiona: “No ponto de vista da parte positiva do seguro, é que ele atende a
todos os brasileiros, independentemente se ele pagou o DPVAT ou não, basta ser
um acidente viário. Então, isso também é um lado positivo. A grande perda que
temos observado com a decisão do presidente é com o dinheiro direcionado para o
SUS, que são mais de 2 bilhões, conforme ouvi pela imprensa, por ano. Então, de
onde virá o dinheiro para o SUS cobrir esse valor?”
E
também frisa sobre as questões da educação no trânsito: “Se nós tivermos um
trânsito mais respeitoso, onde os motoristas são mais preparados na rua, porque
o trânsito Ronald, como você já fala dia e noite na Rádio Trânsito, é
cidadania, é respeito. Se os cidadãos brasileiros decidirem a partir de hoje,
darem seta, não usar o celular, não beber e dirigir, não fazer ultrapassagem em
locais de risco, ou seja, fazer as regras de trânsito valer, certamente teremos
uma redução drástica dos acidentes de trânsito e não precisaríamos ficar
discutindo os recursos do DPVAT”, complementa Ramalho.
Ouça abaixo:
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