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WEBINAR: ANÁLISE DA COMPLETUDE DOS DADOS DO REGISTRO NACIONAL DE ACIDENTES E ESTATÍSTICAS DE TRÂNSITO (RENAEST)

Escrito por Portal ONSV

20 DEZ 2023 - 09H36 (Atualizada em 20 DEZ 2023 - 10H05)

O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária realizou ontem (19), o Webinar “Análise da completude dos dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest)”. O evento teve como objetivo apresentar uma análise preliminar dos dados disponibilizados no Renaest, levando em consideração a completude dos registros e as limitações das análises decorrentes, abordando e discutindo o conteúdo inédito do relatório técnico elaborado na cooperação técnica entre OBSERVATÓRIO e a UFPR (Universidade Federal do Paraná).

O evento contou com a mediação do head de Mobilidade Segura do OBSERVATÓRIO, Pedro Borges; com a apresentação do conteúdo realizada por Marco Antonio Guibor, aluno de graduação do curso de Estatísticas e Ciência de Dados da UFPR e membro do Grupo de Pesquisa do OBSERVATÓRIO; o professor Jorge Tiago Bastos, integrante do Departamento de Transportes da UFPR, coordenador do acordo de cooperação técnica entre o OBSERVATÓRIO e a UFPR e membro do conselho deliberativo do OBSERVATÓRIO; e teve como convidado, Luis Fernando Meyer, diretor de Operações do Instituto Cordial; mestre em habitat e assentamentos humanos, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

O estudo “Análise da completude dos dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest)”, é de autoria de Marco Antonio Guibor, Jorge Tiago Bastos, Pedro Borges, e é resultado do acordo de cooperação técnica entre OBSERVATÓRIO e UFPR. O Renaest é o sistema de registro, gestão e controle de informações sobre acidentes e estatísticas de trânsito no Brasil.

Esse é um sistema em implementação e os dados ainda estão incompletos de 2018 a 2021, sem incluir as vias federais. Dessa forma, esse projeto serve como uma contribuição com o processo de qualificação do Renaest, como destacou o prof. Tiago Bastos em sua fala inicial.

“Sob o ponto de vista da análise da segurança viária, entende como fundamental o dado da ocorrência para que a gente possa identificar locais críticos, identificar fatores de risco a respeito dessas ocorrências e isso, a gente só consegue fazer com dados de boletins de ocorrências. Com os dados do Ministério da Saúde, o máximo que a gente consegue é saber em qual município esse sinistro aconteceu. No momento que a gente tem o dado do boletim de ocorrência, a gente consegue mapear isso, georreferenciar e de fato, implementar contramedidas para reduzir esses sinistros conforme a característica do local”, argumentou.

O pesquisador Marco Guibor destacou a metodologia utilizada para elaborar o estudo, descrevendo desde como o site do Renaest disponibiliza os dados para serem baixados, a forma organizada para separar as informações obtidas e relacionadas aos sinistros estaduais e municipais. Pontuou sobre a incompletude de informações relacionadas às colisões disponibilizadas pelo sistema, além de apresentar a linguagem de programação utilizada para a análise do arquivo obtido pelo Renaest.

Ele também destacou que os códigos foram disponibilizados publicamente no repositório do Github do OBSERVATÓRIO, permitindo que o estudo possa ser reproduzido ao longo do tempo, para que seja possível compreender a evolução da complementação dos dados ao longo do tempo.

Sobre os resultados obtidos com o estudo, Guibor destacou que “os campos mais comuns aos acidentes, por exemplo, o dia, número de pessoas envolvidas, número de mortos, esses sim têm 100% de preenchimento. Agora, campos que ajudariam a gente a aprofundar mais as causas do acidente, eles já têm mais incompletude, então isso já é um diagnóstico de melhoria na coleta desses dados. Já na base das vítimas, a gente tem também uma questão de proporção de incompletude nos fatores de risco, como por exemplo, uso de equipamento de segurança e suspeita de [uso] álcool. Esses com suspeita de álcool têm quase 80% de campos não informados.”

Durante a abertura de perguntas realizada aos participantes do webinar, Luis Fernando Meyer, diretor de Operações do Instituto Cordial, foi questionado sobre quais os principais desafios enfrentados na coleta e análise de dados relacionados ao tema da mobilidade segura no Brasil?

Em sua fala, ele destacou a relevância dessa pesquisa desenvolvida entre o OBSERVATÓRIO e a UFPR, devido à necessidade de se ter mais acesso a dados mais amplos, que não sejam apenas de mortalidade, que são disponibilizados pelo DataSus e que permitiria uma análise mais aprofundada, conforme já constatado pelo Instituto Cordial, com alguns estudos de segurança viária desenvolvidos pela entidade que também faz uso de dados contendo georreferenciamento.

“A gente tem essa padronização do Renaest, no nível feedral, mas a gente não tem a padronização dos dados no nível territorial do município, estado. E isso, é um desafio que vai perdurar ainda um tanto, mesmo estando no contexto do Pnatrans e tendo um interesse da Senatran de fazer com que os estados sejam padronizados, a gente precisa de uma mobilização dos entes municipais com os estaduais, para que esse dado seja cada vez mais padronizado. Eu gosto muito do exemplo do estado de São Paulo, que desenvolveu no âmbito estadual um algoritmo de inteligência artificial para conseguir processar os dados dos boletins de ocorrência e gerar um dado para todos os municípios, que já é padronizado e que facilita essa conexão, essa entrega no nível estadual para o Renaest”, destacou Luis Fernando Meyer.

Ele também falou sobre os desafios na coleta correta desses dados e a importância da fonte de coleta desses dados, uma vez que a qualidade da coleta de informações pode variar devido às questões técnicas, como exemplificado.

“Se a gente tem um dado que é coletado pelo órgão de trânsito ou de mobilidade municipal, de forma geral, o dado é mais específico falando sobre segurança viária, temos atributos melhores. Se ele é um dado coletado pela Polícia Militar, de forma geral, a Polícia Militar não coleta o dado olhando para a segurança viária. O boletim de ocorrência não está olhando especificamente para a segurança viária, então ele não coleta os atributos específicos que a gente precisa para fazer a análise de segurança viária, a não ser que os órgãos de trânsito municipais ou estaduais tenham uma cooperação com a Polícia Militar de forma que os dados sejam coletados de forma mais precisa. Então eu acho muito importante a gente discutir sobre o preenchimento dos dados do Renaest e também sobre a qualidade dos dados do Renaest que importam muito na relação com as fontes desses dados.”

Baixe o relatório de pesquisa - Análise da completude dos dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest): https://www.onsv.org.br/estudos-pesquisas/estudo-renaest

Assista à live completa:


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