Existe uma idade para parar de dirigir?
A resposta à questão não é categórica; mas a habilidade motora e a acuidade visual e auditiva devem ser consideradas em nome da segurança de todos
A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Se no início da década de 1990 (especificamente em 1991) era de 66 anos, atualmente é superior a 75 anos de idade, segundo os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A conquista é atribuída a uma série de avanços que o país acumulou em pouco mais de duas décadas, entre elas o desenvolvimento econômico, o acesso à água tratada ao saneamento básico, ao avanço da medicina, do consumo e à expansão do acesso à saúde.
Isso fez com que a imagem do idoso em casa lendo jornal, ou participando de jogos de dominós em praças, ficasse no passado. Hoje ele é ativo e cobra qualidade de vida. A chegada à terceira idade, por outro lado, se traz benefícios às pessoas que se enquadram neste segmento, exige, ao mesmo tempo, maior atenção em alguns aspectos, entre eles o trânsito.
No Brasil, não existe na legislação idade limite até a qual se possa dirigir um veículo, nem idade máxima para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Assim, o momento de parar de dirigir dependerá da disposição do condutor em continuar ou não, desde que ele seja autorizado/aprovado nas avaliações médicas no momento da renovação da CNH. Neste momento, quando existem limitações, o médico avaliará até mesmo a redução de prazo para novos exames e se o condutor poderá dirigir em horários especiais como à noite.
Outra medida importante a ser destacada é que a partir dos 65 anos, o período para renovação cai de 5 para 3 anos; mas independentemente disso, o médico, ante às condições físicas do condutor pode estabelecer prazos inferiores para novos exames.
Ocorre que, apesar de todos os avanços, com o passar dos anos as pessoas começam a apresentar restrições e perdas de alguns sentidos importantes para o ato de dirigir. A perda da acuidade visual, auditiva, e até mesmo motora está entre elas. Esses sentidos são importantes para a segurança no trânsito; basta pensarmos que idosos podem perder a noção para calcular a velocidade na qual outro veículo com o qual divide a via está trafegando. Também, que esse segmento pode apresentar um reflexo menos rápido frente a uma situação de risco.
“A percepção do risco é fundamental para evitar acidentes, para a segurança no trânsito”, destaca o engenheiro Paulo Guimarães, diretor-técnico do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária – ONSV.
Segundo avalia Guimarães, o ideal não é que o idoso se feche no interior de sua casa. Ao contrário, ele deve e merece ter vida ativa. “A decisão de parar ou não de dirigir nessa fase da vida requer autoavaliação. Nesse aspecto, a família também pode contribuir. Se notar, por exemplo, que a pessoa não está mais em condições de dirigir, é importante trazer esse assunto à discussão para preservação da vida e da segurança”, pondera Guimarães, lembrando que sinais de desatenção ou ‘barbeiragens’ constantes sinalizam condução de risco.
O diretor destaca, ainda, que ao contrário de alguns países, a legislação brasileira para o trânsito não estabelece limite máximo de idade para que se possa dirigir. Por conta disto, avaliações médicas que atestem que o idoso é capaz de dirigir sem risco, são importantes.

AÇÃO COM TEMA MORTE ALERTA SOBRE VELOCIDADE E CINTO DE SEGURANÇA EM ASSIS/SP
O instrutor de trânsito e Observador Certificado pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, André Ferreira, percorreu pontos da cidade de Assis, no interior de São Paulo, vestido de "Morte" para alertar sobre os cuidados que devem ser tomados em trânsito.

DISPOSITIVO PARA CONTROLE DE ESTABILIDADE DE VEÍCULOS PASSA A SER OBRIGATÓRIO EM 2024
O Jornal da EPTV 2ª Edição de Campinas e Piracicaba, da EPTV afiliada à TV Globo, noticiou um novo dispositivo para controle de estabilidade de veículos que passa a ser obrigatório em automóveis novos a partir de 2024. Para falar sobre ele e como a tecnologia embarcada contribui para a redução de sinistros de trânsito, o Observador Certificado Marcos Oriqui, foi consultado pela reportagem na última quarta-feira (31).

As Rodovias que Perdoam Escolhem a Vida
"RODOVIAS QUE PERDOAM" é um conceito usado para descrever estradas projetadas e adequadas para reduzir a gravidade dos acidentes de trânsito.
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