Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (15) revela que 67% dos acidentes com motos na cidade de São Paulo que resultaram em lesões graves aconteceram com motoristas que não possuíam carteira de habilitação. Entre os devidamente habilitados, 43% dos acidentes com motos resultaram em lesões graves. Além disso, 21% dos motociclistas acidentados haviam consumido álcool ou drogas antes de dirigir --7,1% haviam bebido e 14,2%, usado droga ilícita (cocaína e maconha foram as mais comuns).
O projeto, coordenado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, contou com a participação do Hospital das Clínicas e de órgãos públicos, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, e privados, como a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
A coleta de dados hospitalares foi feita com motociclistas atendidos no Pronto-Socorro Municipal Bandeirantes (Dr. Caetano Virgílio Neto), no Hospital Universitário (HU) da USP e no Hospital das Clínicas e nos locais dos acidentes registrados na zona oeste da capital, que engloba as duas marginais (do Pinheiros e do Tietê), parte do corredor Norte-Sul e a avenida Rebouças.
Foram 326 vítimas registradas entre fevereiro e maio. Destas, a maioria era de homens (92%), com uma idade média de 29,7 anos, ensino médio completo ou incompleto (58%) e renda de até três salários mínimos (62%). Apenas 23% das vítimas usavam a moto para o trabalho, contra 73% que a usavam como transporte.
Sete dos acidentados morreram no hospital e dez no local do acidente.
Mais da metade dos motociclistas (55%) sofreram acidentes anteriores e 44% deles tiveram lesões consideradas graves -- 17%, fraturas de membros inferiores; 12%, fraturas de membros superiores; 9%, politraumatismos e 5%, trauma crânio-encefálico.
Quase todos os acidentados usavam capacete, mas apenas 17,8% deles vestiam também bota e jaqueta.
"O fato de 21,3% não terem habilitação é um problema gravíssimo, especialmente considerando o tamanho da frota de motos da cidade. O alto consumo de álcool e drogas também surpreende, pois isso interfere diretamente no sistema nervoso central do condutor, comprometendo as funções cognitivas de atenção e concentração", diz o chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Junior.
"É assustadora a quantidade de álcool entre as vítimas. Também chama a atenção o uso de cocaína como agente estimulante. Isso ajuda a explicar a epidemia de acidentes com motos na cidade", completou a fisiatra Júlia Greve, professora da Faculdade de Medicina da USP e responsável pela pesquisa. "Os condutores confirmavam o uso de álcool ou droga, o que demonstra que eles não veem isso como um fator de risco para acidente."
O professor Creso de Franco Peixoto, da Fundação Educacional Inaciana (FEI), diz que, em geral, o motociclista dirige mais com prazer do que com segurança, o que o expõe mais ao risco de acidente. "Eles não acreditam no risco de beber e dirigir e também não têm medo de serem flagrados, já que a fiscalização é precária. O dado sobre uso de drogas é assustador."
Dados da CET mostram que a frota de motos na cidade praticamente dobrou nos últimos sete anos: cresceu de 490.754 em 2005 para 962.239 em 2012. No mesmo período, o número de acidentes com motos cresceu 35% e a quantidade de motociclistas mortos aumentou 27%. "A moto é um veículo de transporte rápido e barato. O problema é que nem a cidade nem os condutores estão preparados", diz Júlia. (Com Estadão Conteúdo)
CEO do OBSERVATÓRIO fala sobre sinistros de trânsito na região do Vale do Paraíba, em São Paulo
Na última quarta-feira, dia 18, o Jornal Vanguarda realizou uma reportagem sobre os sinistros de trânsito nas cidades do Vale do Paraíba e suas principais causas. Paulo Guimarães, CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, concedeu entrevista para analisar os dados e comentar o cenário da região.
Segurança viária em foco: documentário da Produtora Brasileira destaca o Maio Amarelo e o trabalho do OBSERVATÓRIO
No início de junho, mais precisamente no dia 12,, a sede do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, em São José dos Campos/SP, recebeu a equipe da Produtora Brasileira para a gravação de um documentário especial sobre segurança viária e o Movimento Maio Amarelo.
OBSERVATÓRIO marca presença no 10º Frotas Conectadas em painel sobre segurança, inovação e tecnologia
Nesta quarta-feira, 18, o CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (ONSV), Paulo Guimarães, participou do segundo dia da 10ª edição do Frotas Conectadas, evento que se consolida como um dos mais relevantes do setor de mobilidade no Brasil.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Você está acessando este conteúdo de forma gratuita devido ao apoio dos nossos Mantenedores Sociais.
Os mantenedores sociais são empresas que apoiam financeiramente e estrategicamente o OBSERVATÓRIO, contribuindo para a transformação social e redução de vítimas no trânsito.
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.