No Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Observatório Nacional de Segurança Viária divulga a atualização do estudo “Mulheres e a Segurança Viária”. Com dados compilados do DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e da Sucep (Superintendência de Seguros Privados) o estudo mostra algumas características do envolvimento das mulheres em acidentes de trânsito.
Ainda que considerando uma tendência cada vez maior de igualdade entre homens e mulheres nos diversos setores da sociedade brasileira, homens e mulheres podem exercer diferentes tipos de atividades no dia-a-dia. O efeito mais óbvio disso é que homens e mulheres estão expostos ao risco de acidente de trânsito de maneiras distintas, seja pela quantidade de exposição (dada por exemplo, pela distância percorrida) ou pelas características dessa exposição.
Estudos internacionais* baseados em Elvik et. al (2009)** considerando gênero e a idade mostram que a taxa de envolvimento em acidentes com vítimas*** em relação à faixa etária para ambos os sexos apresenta um formato de U, de modo que tem-se um maior risco para usuários nas faixas etárias mais jovens, um menor risco para condutores entre 40 e 60 anos, e após os 60 anos em média, o risco de acidente voltaria a subir (porém seria ainda substancialmente menor que o risco para as faixas etárias mais jovens.
O gráfico mostra claramente a já conhecida afirmação de que o grupo associado a um maior risco de acidente no trânsito seria homens com menos de 20 anos, ou seja, condutores inexperientes, entre outras características; de modo que o risco diminuiria com o aumento da idade até certo ponto de inflexão. Tais pesquisas utilizaram a quantidade de quilômetros percorridos pelos diferentes tipos de condutores como parâmetro do nível de exposição, o que é bastante adequado para este tipo de comparação.
*Estudos provenientes dos Estados Unidos, Austrália, Holanda, Dinamarca, Noruega e Suécia.
**Literatura consagrada na área de segurança viária: The handbook of road safety measures
***Acidentes de condutores de automóveis.
Taxas relativas de envolvimento em acidentes segundo gênero e faixa etária. Adaptado de Elvik et. al (2009) – Grupo mais seguro = 1
Os distintos padrões na acidentalidade entre homens e mulheres podem ser influenciados por uma série de características, as quais incluem:
Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados no período 2007-2013, para faixas etárias mais jovens, as mulheres apresentam uma menor taxa de envolvimento em colisões. Para faixas etárias mais elevadas, a partir de 46 anos, no entanto, as mulheres apresentam maiores taxas de envolvimento em colisões (ver Figura 2).
Taxas de envolvimento em colisões segundo gênero e faixa etária - dados SUSEP
Ainda com base em dados da SUSEP, como um indicativo da menor severidade (e portanto menor custo decorrente) das colisões de condutores do sexo feminino, resultado de um provável comportamento menos agressivo, uma análise desagregada do valor das indenizações por colisão a homens e mulheres indica que as indenizações a segurados do sexo masculino foram em média 28% maiores que os valores pagos à seguradas do sexo feminino (ver Tabela 1). Ainda levando em consideração o fato de que a importância segurada média entre o sexo masculino é em torno de 7% maior que a do sexo feminino, ainda assim os homens apresentam valores de indenizações proporcionalmente maiores: em torno de 17%.
Por meio dos dados de condutores habilitados do DENATRAN, é possível esboçar algumas comparações sobre taxas de habilitação entre homens e mulheres nas Figuras 3 e 4.
Por meio dos dados de condutores habilitados do Ministério da Saúde, é possível esboçar algumas comparações sobre taxas de mortalidade no trânsito por 100 mil habitantes entre homens e mulheres nas Figuras 5 e 6.
Observadora Certificada recebe reconhecimento da PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) expressou seu profundo agradecimento à Observadora Certificada, Sene Ferreira, e ao OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária pelo apoio institucional prestado durante a fase de divulgação do Projeto Trânsito Compartilhado, realizado no sul da Bahia.
Ministério dos Transportes desacelera a segurança viária
Artigo escrito pelo CEO do OBSERVATÓRIO, Paulo Guimarães, para o caderno Mobilidade Estadão
OBSERVATÓRIO divulga relatório anual de 2024
Com mais de 50 páginas, o Relatório Anual 2024 do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária reúne os principais feitos, resultados e iniciativas realizadas ao longo de um ano marcado por grandes projetos, eventos de relevância nacional e avanços nas áreas de pesquisa e mobilização social.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Você está acessando este conteúdo de forma gratuita devido ao apoio dos nossos Mantenedores Sociais.
Os mantenedores sociais são empresas que apoiam financeiramente e estrategicamente o OBSERVATÓRIO, contribuindo para a transformação social e redução de vítimas no trânsito.
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.