A velocidade do cotidiano contemporâneo tem ultrapassado os limites do razoável. Pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores estão imersos em uma lógica de urgência constante, muitas vezes buscando no trânsito uma experiência tão ágil quanto a navegação na internet. Este artigo propõe uma reflexão fundamentada sobre a necessidade de desacelerar, alinhando-se ao tema da campanha Maio Amarelo 2025: “Desacelere, seu bem maior é a vida”.
Vivemos na era da hiperconexão, onde a velocidade é vista como sinônimo de eficiência. No entanto, essa lógica tem sido transposta de forma imprudente para o trânsito. Em busca de um “trânsito 5G”, livre de obstáculos e congestionamentos, muitas pessoas têm adotado comportamentos arriscados — o que contrasta com os princípios de segurança e empatia no espaço público. A velocidade tornou-se uma marca da sociedade contemporânea. Em um mundo cada vez mais conectado, espera-se que tudo ocorra em tempo real: respostas rápidas, entregas instantâneas, deslocamentos imediatos. Essa lógica da aceleração, no entanto, tem extrapolado os limites do espaço digital e influenciado diretamente o comportamento nas ruas e tem levado indivíduos a adotarem atitudes perigosas, negligenciando normas de trânsito, sinais e até mesmo colocando as suas vidas e as vidas dos outros em perigo.
A campanha Maio Amarelo 2025, com o tema “Desacelere, seu bem maior é a vida”, surge como um chamado à reflexão: desacelerar não é perder tempo, mas preservar vidas. A cultura da pressa, dos diálogos acelerados e curtos, dentro de uma sociedade que valoriza a produtividade e o imediatismo, tem promovido interseções muito graves entre o mundo virtual e o real (analógico).
A sociedade atual cultua a produtividade e o desempenho. Essa pressão pelo “fazer mais em menos tempo” se reflete nos trajetos diários, onde motoristas avançam sinais vermelhos, motociclistas costuram entre veículos em alta velocidade e pedestres atravessam fora da faixa, tudo para ganhar alguns segundos.
Estudos em psicologia do trânsito apontam que a pressa está frequentemente associada a comportamentos agressivos e imprudentes (Rothengatter, 2002). O trânsito não é só mobilidade, mas também um espaço de convivência. Portanto, deve ser visto como um lugar de respeito as leis de convivência e de empatia. Somos todos humanos na via pública.
O Maio Amarelo de 2025 é um convite a mudar essa realidade no mundo analógico e virtual. A desaceleração como uma atitude cidadã e preventiva para uma cultura de paz e um trânsito mais humano, dentro da responsabilidade compartilhada entre os usuários da via.
Desacelerar no trânsito não é apenas uma escolha individual, mas uma construção coletiva que envolve diferentes esferas: Educação para o trânsito: desde a infância, é necessário formar cidadãos conscientes e empáticos; Infraestrutura urbana: ruas mais seguras, sinalização eficiente, ciclovias e faixas de pedestres bem planejadas são fundamentais para reduzir conflitos; Políticas públicas: fiscalizações efetivas, limites de velocidade coerentes e investimentos em mobilidade sustentável são estratégias essenciais; Tecnologia a favor da segurança: sistemas de controle de velocidade, semáforos inteligentes e aplicativos que promovem o comportamento seguro podem ser aliados na prevenção de acidentes.
É preciso ressignificar a ideia de tempo no trânsito: a vida, nosso bem mais precioso, não pode ser sacrificada em nome de dinheiro, conquistas de metas , jornadas desumanas e alguns minutos. Desacelerar é, antes de tudo, um ato de amor próprio e coletivo.
Observadoras Certificadas tomam posse como membros da Câmara Temática de Saúde para o Trânsito (CTST)
Na última quarta-feira (27), as Observadoras Certificadas Adriana Modesto de Sousa e Inês Arend tomaram posse como membros da Câmara Temática de Saúde para o Trânsito (CTST), conforme a Portaria Contran nº 3, de 25 de julho de 2025, nas funções de titular e suplente, respectivamente. A indicação foi realizada pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária.
OBSERVATÓRIO participa de audiência pública para avaliação do Pnatrans
Na manhã desta terça-feira, 26, o OBSERVATÓRIO, representado pelo CEO, Paulo Guimarães, participou de uma audiência pública para avaliação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).O encontro foi solicitado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), por meio da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Observador Certificado fala sobre sinistros em cruzamento movimentado de Belo Horizonte/MG
O Observador Certificado, Ronaro Ferreira, foi convidado pelo portal da Rádio Itatiaia, importante veículo de comunicação de Minas Gerais, para comentar sobre os constantes sinistros que vêm acontecendo em um cruzamento de Belo Horizonte.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Você está acessando este conteúdo de forma gratuita devido ao apoio dos nossos Mantenedores Sociais.
Os mantenedores sociais são empresas que apoiam financeiramente e estrategicamente o OBSERVATÓRIO, contribuindo para a transformação social e redução de vítimas no trânsito.
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.