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Acidentes fatais no trânsito com crianças até 14 anos crescem 36% na RMC

Escrito por Portal ONSV

25 OUT 2016 - 11H02

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Informações constam de uma análise do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária – ONSV ­– sobre a base de dados de mortes no trânsito do DataSUS, do Ministério da Saúde

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou aumento de 36% no número de acidentes fatais envolvendo crianças de 0 a 14 anos em 2014.  Em 2013, foram computadas 11 mortes de pessoas nesta faixa etária contra 15 em 2014.

As informações constam de uma análise do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária – ONSV ­– sobre a base de dados de mortes no trânsito do DataSUS, do Ministério da Saúde,  relativa a 2014, último período que os dados oficiais estão disponíveis.

Ainda de acordo com a análise, os acidentes fatais envolvendo crianças de até 14 anos em 2014 representaram 3% do total de mortes no trânsito na região, envolvendo os diversos tipos de modais, o que reforça extremamente a necessidade do uso dos dispositivos de segurança (cadeirinha, assento de elevação, cinto de segurança, além do transporte de crianças até 10 anos de idade exclusivamente no banco traseiro). Isso porque, do total de crianças mortas no trânsito, 27% eram ocupantes de automóveis.

 O mesmo estudo apontou que na faixa etária de 0 a 14 anos, nos últimos 10 anos (de 2005 a 2014 – portanto, numa série histórica), houve redução de quase 25% das mortes, neste período (de 20 para 15 mortes) na RMC; a queda regional foi menor do que a registrada em todo o Brasil nesta faixa etária, no mesmo período, quando houve diminuição da mortalidade em 30%.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os sistemas de retenção reduzem a probabilidade de lesões fatais em cerca de 70% entre bebês e de 54% a 80%, entre as crianças menores. Não se deve nunca esquecer que crianças têm estrutura corporal mais frágil que adultos e, no caso de acidentes, os danos são geralmente mais sérios.  Mas vale lembrar, no entanto, que o crescimento nas mortes de ocupantes de automóveis pode estar ligado ao crescimento da frota no país nos últimos anos.

Outro risco é o transporte de crianças como garupa de motocicleta, já que do total de mortos nesta faixa etária na RMC, as que ocupavam motocicletas representam7% quando se analisa a distribuição de vítimas fatais por modo de transporte.

 Apesar da participação proporcionalmente menor de pessoas nesta faixa de idade se comparado à sua parcela correspondente na população brasileira, é importante considerar que estes usuários são caracterizados por não possuírem meios de transporte motorizado próprios, ou seja, para que se desloquem em um veículo motorizado devem ser necessariamente transportados por um adulto habilitado.

Dessa forma, pode-se estimar que boa parte dos deslocamentos dessa faixa etária seja realizada por meios não motorizados, principalmente no modo a pé. A consequência disso, aliado a uma infraestrutura deficiente de deslocamentos para pedestres e outros usuários não motorizados, é que 60% das vítimas fatais no trânsito de 0 a 14 anos constituíam-se de usuários não motorizados – pedestres ou ciclistas.

De todo modo, vale ressaltar que perderam a vida no Brasil em acidentes de trânsito mais de 4 crianças por dia no ano de 2014. E ainda que, a cada minuto 4 crianças perdem a vida em acidentes de trânsito, segundo o documento. “Dez estratégias para a segurança de crianças no trânsito”, disponível para leitura em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/162176/11/WHO_NMH_NVI_15.3_por.pdf?ua=1.

 Para buscar um melhor entendimento da questão, conheça algumas características particulares nos deslocamentos de crianças, que proporcionam uma visão geral:

  • crianças são caracterizadas pela imprevisibilidade nos deslocamentos, ou seja, podem mudar de direção repentinamente, ficando na rota de colisão de automóveis e outros veículos;
  • crianças possuem estrutura corporal mais frágil, de modo que podem ser mais suscetíveis a traumatismos em caso de impacto;
  • crianças tendem a ter um nível de atenção menor;
  • crianças podem não entender devidamente a sinalização de trânsito e possuem baixa capacidade de avaliar situações de risco;
  • crianças são menores que adultos, portanto mais difíceis de serem vistas;
  • em muitos locais, as ruas são os únicos espaços públicos que as crianças têm para brincar.

Com o intuito de minimizar os impactos do trânsito na mobilidade de crianças, a OMS recomenda 10 estratégias, cujos efeitos muitas vezes não se restringem apenas à segurança das crianças, mas sim de todo o sistema de trânsito:

  1. controle de velocidade, pois isso reduz as chances de ferimentos graves/fatais;
  2. redução da condução sob efeito de álcool;
  3. fiscalização no uso de capacete, tanto em motocicletas como em bicicletas;
  4. utilização dos dispositivos de retenção;
  5. medidas de aumento da possibilidade de ver e ser visto das crianças;
  6. melhorias na infraestrutura viária;
  7. melhorias no projeto dos veículos (com áreas de absorção de impacto projetadas não só visando a redução das lesões nos seus ocupantes, mas também nas pessoas que podem ser atropeladas);
  8. redução dos riscos para jovens condutores (habilitação gradual, por exemplo);
  9. promoção de cuidados apropriados para crianças lesionadas, pois as mesmas têm grandes capacidades de regeneração; e supervisão de crianças próximas às ruas.

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