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Automóveis, motos e bicicletas podem conviver bem no trânsito

Escrito por Portal ONSV

10 SET 2014 - 16H45

"Automóveis,

O trânsito brasileiro é uma guerra — eis um clichê repetido há décadas num país onde acidentes de tráfego matam 40 mil pessoas por ano. Mais e mais carros disputam espaço com mais e mais motos e bicicletas. Hora de fumar o cachimbo da paz e aprender a conviver.

Reunimos aqui alguns conselhos sobre como se portar no trânsito sem levar perigo a si ou aos outros. E, neste convívio, cabe aos motoristas a maior dose de cuidado e responsabilidade. Nada de lei do mais forte.

— A regra é o maior protege o menor. O mais fraco tem de ser o mais protegido — orienta José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).

Na simulação, a moto está ponto cego do carro - Fabio Seixo / Agência O Globo

Ao volante, é preciso ter atenção principalmente aos pontos cegos. Uma moto ou outro carro podem ficar escondidos no ângulo da coluna traseira direita do automóvel, por exemplo.

CORREDOR DA MORTE?

Antes de mudar de faixa, obviamente é necessário dar a seta e olhar para os lados. Mas uma leve inclinação de cabeça para ver o retrovisor externo direito pode detectar o perigo, pois aumenta o campo de visão.

— Essa mudança de faixa jamais pode ser súbita. É preciso que o motorista verifique os espelhos sempre e dê uma olhadinha mais lateral — lembra Roberto Douglas, presidente interino da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). — É importante ter em mente que quatro rodas são mais estáveis do que duas rodas.

As estatísticas refletem bem esse quadro. Atualmente, 40 motociclistas morrem por dia no país e 11 acidentes envolvendo motos ocorrem diariamente no Rio. Pelo seguro obrigatório DPVAT, as motos já representam 75% das indenizações do trânsito brasileiro.

O motociclista, por sua vez, deve evitar o corredor entre os carros. Mas já que no mundo real andar ali é um mal necessário, deve fazê-lo somente quando o trânsito estiver lento — e jamais em meio a dois carros que estejam seguindo lado a lado, para não ficar sem área de escape. Em meio a ônibus e caminhões, então, nem pensar.

Antes de mudar de faixa, é fundamental aquela conferida no retrovisor - Fabio Seixo / Agência O Globo

No corredor, a velocidade deve ser baixa, para permitir a frenagem se um carro mudar de faixa repentinamente ou mesmo se alguém abrir uma porta. Andar rápido nessa situação é um risco enorme.

BUZINA DE ALERTA

O farol aceso é obrigatório. Buzina? Somente para “marcar presença” — vale lembrar que os espaços entre os carros são uma concessão, não uma obrigação. Sim, gentileza gera gentileza e os motoristas podem deixar espaços para as motos. Mas não se deve contar com isso...

Para motociclistas que também dirigem carro, o comportamento preventivo é até mais fácil, pois eles conhecem “os dois lados“. Por isso, muitos especialistas defendem que a formação de condutores (tanto de motos como de carros) deveria incluir noções sobre os dois veículos.

— O condutor do carro deveria saber como é a vida em cima de duas rodas, os problemas e limitações dos motociclistas — defende Roberto Douglas.

Motociclistas precisam estar atentos às portas abertas no trânsito - / Fernando Miragaya

Diferentes estudos mostram que um motociclista que bate a 40km/h tem 10% de risco de morte. A 70km/h, beira 100% de mortalidade. É muita diferença.

— Outro bom motivo para não exceder limites é o fato de que nenhum capacete vai protegê-lo a partir de certa velocidade — adverte Douglas.

SEM ESSA DE ALFAIATE

Não costurar entre os corredores e faixas é uma dica óbvia, tanto para automóveis como para motocas. E antes de mudar de faixa, vale sempre se certificar de que o automóvel não ficará atravessado e atravancando o trânsito.

Se estiver na pista da esquerda, a moto deve evitar andar muito abaixo da velocidade máxima permitida. E, se estiver na direita, manter distância do meio-fio para deixar passagem para os ciclistas.

Nos túneis, viadutos e pistas expressas, o melhor é ficar no lado esquerdo da pista da direita (é o traçado das rodas esquerdas dos automóveis).

Desta forma, ocupa-se o espaço de um veículo maior e corre-se menos risco de ser “empurrado’’ por um veículo em alta velocidade ou espremido na parede. Depois dos pedestres, os motociclistas são os seres mais frágeis nessa selva.

Os carros devem guardar uma distância de 1,5m para as bikes - Fabio Seixo / Agência O Globo

Os ciclistas também devem seguir algumas orientações para não serem surpreendidos no trânsito urbano.

NA MÃO DA RUA

A primeira norma é andar sempre na mão da rua, de preferência à direita ou na faixa de menor velocidade. Quando não houver ciclovia, o melhor é circular próximo ao meio-fio (e torcer para os carros respeitarem a distância de 1,5m).

Ao mesmo tempo, o ciclista deve dar preferência a roupas com cores vivas ou com faixas refletivas para melhor ser visto — principalmente à noite. Sinalizar com as mãos quando for mudar de faixa é outro procedimento prudente que deveria se tornar um hábito dos adeptos das bicicletas.

Além disso, as bikes não devem transitar nos corredores entre os carros (que as motos costumam utilizar), muito menos em túneis e vias expressas. Espaços exclusivos para ônibus, como os dos BRTs, também são proibidos a bicicletas.

Nos cruzamentos, é preciso parar e ver se algum carro vai dobrar justamente na rua pela qual se está passando. Além disso, é importante sinalizar para indicar o caminho que se vai seguir.

CUIDADO COM O PEDESTRE

Nessa estranha cadeia, o ciclista é “ameaçado” pelos veículos motorizados, mas ao mesmo tempo também pode ser uma ameaça aos pedestres. Deve respeitar os sinais de trânsito como qualquer carro ou moto, e atravessar as faixas de pedestre, de preferência, empurrando a bike.

Para a boa convivência, o respeito às leis de trânsito é primordial. Nesta relação com as bicicletas, os carros devem manter uma distância mínima de 1,5 metro ao ultrapassar um ciclista. Está no artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê multa e perda de quatro pontos na CNH.

É uma entre muitas regras que servem para qualquer relacionamento. Principalmente o das ruas.

— O que tem que cair por terra é essa briga onde o carro pode mais que moto, a moto pode mais que a bicicleta e a bicicleta pode mais que o pedestre. Essa luta de poder não pode existir — diz Roberto Douglas, da Abramet.

Fonte: O Globo

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