O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária ouviu uma especialista sobre a influência dos tempos de crise econômica no comportamento do motorista. Tempos de crise são tempos de menor tolerância e mais agressividade nas vias? Esse tema também integra a enquete do OBSERVATÓRIO, nesta quinzena. Dê a sua opinião no site www.onsv.org.br.
Acompanhe, agora, a entrevista com Raquel Almqvist, doutora em Psicologia do Trânsito pela USP (Universidade de São Paulo), especialista em Administração Internacional em Segurança Viária – VTI, na Suécia; e em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, é membro Titular da Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito.
ONSV: Podemos associar os tempos de crise e a influência desse período numa maior agressividade ou baixa tolerância dos motoristas. Será que podemos referenciar algum número?
Raquel: Atualmente, enfrentamos problemas de congestionamentos na maioria das cidades. A exposição diária a este congestionamento, quando não é possível evitar, leva a sintomas de estresse. Neste caso, os sintomas são irritação e agressividade e, por consequência, acidentes. Os números associados são os boletins de ocorrência de trânsito, mas não associados à colisão, mas de agressões entre os condutores.
ONSV: Quais são os principais desvios de comportamento no trânsito? Qual deles é o pior e o mais preocupante para a segurança?
Raquel: Os principais problemas de comportamento no trânsito são: a agressividade, devido ao estresse causado pelo trânsito e, ao mesmo tempo, descarregado no trânsito uma vez que o condutor sente-se protegido e anônimo dentro de uma armadura de metal, sentindo “intocável” e capaz de desafiar os riscos e enfrentar os outros “veículos”. Além do estresse, os principais problemas enfrentados são a desatenção, velocidade e consumo de álcool e substâncias psicoativas, que alteram o tempo de reação e a percepção dos estímulos, o processamento de informação e as reações do condutor diante de estímulos inesperados.
ONSV: Como trabalhar esses desvios? Como as entidades podem ajudar?
Raquel: Em relação ao estresse, depende do próprio condutor identificar quando ele próprio está sob uma condição de estresse. Os primeiros sinais são falhas ou lapsos de memória (como esquecer onde colocou a chave), reações agressivas inesperadas e sem razão lógica, mau humor, dificuldade para dormir, e acordar cansado, mesmo após uma noite de sono. Estes são sinais que indicam que este condutor está propenso a se envolver em acidente. A principal ajuda é na conscientização da própria condição para dirigir para não se “arriscar” quando não estiver em condições psicológicas adequadas.
ONSV: Existe um perfil comportamental do condutor brasileiro? Ele é muito diferente de outros países?
Raquel: O condutor brasileiro não é diferente de outros países. A diferença é que em muitos países a punição para infrações de trânsito é clara e imediata, como multas, recolhimento da CNH e prisão.
ONSV: A Avaliação psicológica é insuficiente para prevenir condutores “mal comportados” no trânsito? Ela não deveria ser feita com mais frequência? Como isso é trabalhado em outros países?
Raquel: A avaliação psicológica detecta os condutores que apresentam ou possam apresentar reações inadequadas ou perigosas no trânsito como, por exemplo, dificuldade para apreender e reagir em situações complexas, incapacidade para detectar, processar e reagir a vários estímulos ao mesmo tempo, e distúrbios de personalidade. Em outros países, a atuação do psicólogo de trânsito estende-se também ao atendimento e acompanhamento de condutores que foram flagrados na direção e punidos após ingerir bebida alcoólica
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