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Mais de 15% dos mortos no trânsito são idosos

Escrito por Portal ONSV

01 OUT 2015 - 13H28

Maioria das vítimas fatais é pedestre

No dia, no qual se comemora o “Dia Nacional do Idoso”, o ONSV (OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária) aponta dados sobre a violência no trânsito com a chamada “terceira idade”.

Informações do DataSUS analisadas pelo OBSERVATÓRIO revelam que, em 2013, do total de mortos no trânsito em todo o Brasil, 6.491 eram idosos - o que representa 15,35% das vítimas fatais. Na análise, foram considerados idosos, pessoas a partir dos 60 anos (englobando faixas etárias de 60 a 69, 70 a 79, 80 ou mais anos). Em comparação com o ano anterior (2012), quando o Brasil chegou a 44.812 mortes no trânsito, a terceira idade representou 14,72% do total de mortes (6.598), percentual 0,63% maior.

Um paralelo que pode ser feito com os dados destacando a população idosa é que, de acordo com último censo realizado pelo IBGE-2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse segmento acima dos 60 anos representava 10,8% de toda a população brasileira, bem abaixo de sua representação entre as vítimas fatais do trânsito três anos depois.

De forma geral, a população idosa apresenta algumas particularidades importantes dentro da segurança viária: há um maior risco de se envolver em um acidente e a dificuldade de recuperação de lesões graves em caso de acidente.

Quanto ao primeiro item, o risco, nas faixas etárias mais avançadas, a tendência é que haja certo nível de deterioração de aspectos fundamentais para uma condução segura, como por exemplo, a visão do condutor e, consequentemente, sua capacidade de reação – isso contribui para um aumento do risco de envolvimento em acidentes.

O segundo aspecto, referente à gravidade do acidente, ocorre devido à maior dificuldade de recuperação de lesões em indivíduos de idade mais avançada, o que contribui para que a chance de evolução ao óbito de um idoso com lesões graves devido a um acidente de trânsito seja maior que a de uma pessoa mais jovem (supondo que ambas foram sujeitas à tratamentos de mesma qualidade).

Analisando as faixas etárias de forma segmentada, o grupo que mais morre entre os idosos é aquele com idade entre 60 e 69 anos totalizando 3.377 vítimas fatais), seguidos por aqueles de 70 e 79 anos de idade (que somaram 2.101 mortos). Vale destacar, no entanto, que o grupo entre 60 e 69 anos também é o maior em número de habitantes, e também o grupo que tende a apresentar maior mobilidade entre as demais faixas etárias da terceira idade.

Entretanto, os números trazem uma informação que também chama atenção. Se comparadas as faixas etárias de mortos dos 60-69 anos com a dos 15-19 anos, a mortalidade registrada nos dois grupos é bem próxima. A última faixa registrou 3.425 óbitos. É preciso lembrar que mesmo, atualmente, a terceira idade exercendo muito mais seu papel cidadão, incluindo a ampliação do “ir e vir” e da acessibilidade, a partir dos 60, a mobilidade tende a se declinar, enquanto os jovens na faixa dos 15-19 anos estão em plena ascensão nos seus deslocamentos.

Vale destacar que o trânsito continua matando a população considerada mais jovem e ativa. A faixa que mais registra óbitos no trânsito é a dos 20-29 anos, com 10.027 registros em 2013; seguida pela de 30-39 anos (8.357 mortes) e em terceiro lugar entre os mais vulneráveis fica a faixa dos 40-49 anos (6.764 mortos).

Em 2013, o Brasil registrou 42.266 vítimas fatais no trânsito, de acordo com o DataSUS.

Modais de deslocamentos na morte de idosos no trânsito

Entre os idosos (acima de 60 anos), as mortes no trânsito acontecem em primeiro lugar com pedestres. Dos 6.491 idosos mortos em 2013, 2.542 eram pedestres (39,15%); seguidos de 1.438 ocupantes de automóveis (22,15%) e na terceira posição são idosos que se envolveram em acidentes terrestres (casos não especificados), somando 1.339 óbitos (20,62%). Na quarta colocação do levantamento, ficam idosos motociclistas, totalizando 626 mortos (9,64%); e na quinta, são idosos ciclistas, com 530 vítimas fatais (8,16%), número bem próximo ao de motociclistas.

Outros modais representam índices menos representativos como ocupantes de triciclos, caminhonetes, veículos pesados, ocupantes de ônibus, que juntos representam 0,27% do total de mortes do segmento acima de 60 anos.

Dentro dos eixos de atuação do OBSERVATÓRIO, a Educação é o responsável para alertar sobre os riscos do trânsito e divulgar em todos os meios, o comportamento seguro, fortalecendo assim a cultura da segurança viária. Para isso, o Observatório disponibiliza entre diversos materiais, vídeos educativos para ser utilizados nos mais variados locais onde grande parte da população tem acesso. Conheça a galeria de vídeos no site do OBSERVATÓRIO que espera fazer todos refletirem sobre suas ações em trânsito e divulgue o comportamento seguro: https://www.onsv.org.br/category/podcasts/

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SISTEMA ANCHIETA-IMIGRANTES/SP TEM O ANO MAIS LETAL DE TODA A SÉRIE HISTÓRICA

A matéria do Diário do Grande ABC da última segunda-feira (27), alertou que, segundo dados do Infosiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), o número de mortes no trânsito nas rodovias do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) de concessão da Ecovias, no Grande ABC - estado de São Paulo -, é o maior da série histórica, divulgada desde 2015. O Observador Certificado Régis Frigeri avaliou boas práticas que promovem a segurança do trânsito nas rodovias a pedido da reportagem.

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O doutor em Mobilidade Urbana, professor da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e Observador Certificado, Carlos Félix, foi um dos palestrantes durante o Santa Summit. Realizado entre os dias 24 e 25 de novembro, o evento abordou diversas temáticas com base em cinco pilares: Educação, Inovação, Empreendedorismo, Negócios e Sustentabilidade, em Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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MODELOS PREDITIVOS PARA SINISTROS DE TRÂNSITO

A segurança viária é uma prioridade incontestável em todo o mundo, uma vez que sinistros de trânsito não apenas resultam em perdas significativas de vidas humanas, mas também têm impactos econômicos e sociais substanciais. Em busca de estratégias mais eficazes de prevenção e intervenção, os modelos preditivos de sinistros de trânsito emergem como ferramentas cruciais na compreensão dos fatores subjacentes à ocorrência desses eventos e na antecipação de riscos potenciais. Esses modelos abrangem desde abordagens estatísticas tradicionais, oferecendo insights valiosos para planejadores urbanos, engenheiros de tráfego e autoridades de segurança viária.

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