Mortes no trânsito caem 5%, mas índice ainda fica abaixo da meta
SUS divulga dados preliminares de mortes no trânsito em 2014
Matéria publicada pela Folha de São Paulo, nesta quinta, dia 10, traz dados preliminares sobre a redução das mortes no trânsito no país, mas país ainda não consegue atingir a meta da ONU.
O presidente do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, José Aurelio Ramalho, afirma que cenário ainda é preocupante. “Temos um longo caminho a percorrer”, afirmou.
Leia a íntegra:
Dados inéditos apontam que as mortes em acidentes de trânsito caíram 5% no Brasil em 2014: de 42.266 em 2013 para 40.294 no ano passado.
Isso significa que, pela primeira vez em uma década e meia, desde 2000, houve redução do número total de vítimas por dois anos seguidos –uma tendência que deve ser mantida em 2015, devido à crise econômica, que retira veículos das ruas.
Com a segunda queda consecutiva, o país chega à taxa de 19,9 mortos por grupo de 100 mil habitantes –índice mais baixo desde 2010. Em 2013, a taxa estava em 21 mortos por 100 mil habitantes.
Não foi o suficiente, contudo, para cumprir a meta do Plano Nacional de Trânsito divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004. O documento determinava que o país alcançasse taxa de 11 mortes para cada 100 mil habitantes até o fim de 2014 –quase a metade do número oficial.
O ritmo da redução, ademais, é ligeiramente menor do que o visto em 2013, quando o país freou a escalada de mortes e teve queda de 6%.
Os números de 2014, preliminares, são do sistema do SUS, e podem ser revisados.
É comum, aliás, que a queda seja menor nas estatísticas consolidadas. No ano passado, os dados preliminares apontavam redução de mortes de 10%, mas após revisão o número ficou em 6%.
NÚMERO DE CASOS
País tem segunda queda seguida de mortes em acidentes de trânsito
LEI SECA
A principal novidade de 2013 foi o início da nova Lei Seca, mais rigorosa, cuja fiscalização continuou a surtir efeito nos números de 2014.
Colaboraram ainda para o quadro de menor letalidade nos últimos anos a melhoria de itens de segurança nos veículos e a redução da velocidade nas cidades, seja por ação do poder público, seja pelos congestionamentos.
Com o novo resultado, o país fica mais próximo de atingir a meta com a qual se comprometeu perante a ONU: cortar a projeção de óbitos pela metade até 2020.
Para que o país ficasse na meta da década, a redução deveria ter sido de 6%. E, para continuar nos trilhos até 2020, precisará manter recuos similares todos os anos, apesar do crescimento da frota e da população, até atingir o patamar de 29,4 mil óbitos.
Na comparação internacional, a taxa brasileira de mortes por acidentes ainda está muito acima daquela verificada na média dos países ricos: 8,3 mortes por grupo de 100 mil habitantes.
Além disso, o número de feridos em acidentes continua crescendo. Em 2014, o aumento nas internações hospitalares em decorrência de acidentes foi de 4% em relação ao ano anterior, de 170 mil para 176 mil.
Para especialistas, isso mostra que os acidentes não estão diminuindo, e sim ficando menos graves.
José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, diz à Folha que o cenário continua preocupante.
"É positiva a diminuição de mortes, mas o crescimento de sequelas permanentes em função de acidentes ainda gera altos custos sociais e econômicos ao país. Temos um longo caminho a percorrer."
PROJEÇÃO X META DE ONU
Número de casos
REDUÇÃO DE VELOCIDADE
Depois de registrar um aumento no número de mortes em acidentes de trânsito no ano passado, a cidade de São Paulo tem obtido resultados mais satisfatórios em 2015.
Neste ano, a gestão de Fernando Haddad (PT) acelerou o programa de redução da velocidade máxima permitida nas vias paulistanas, como as marginais Tietê e Pinheiros.
Em 2014, o índice municipal foi de 10,47 mortos para cada grupo de 100 mil habitantes. Já no mês de junho deste ano, a taxa tinha sido reduzida para 9,45 mortos por 100 mil habitantes.
Embora seja melhor que a média brasileira, o número ainda é considerado alto, inclusive pelo secretário de Transportes, Jilmar Tatto.
A meta estipulada com as Nações Unidas é que o município chegue à casa de 6 mortos por 100 mil habitantes até 2020. Mantido o ritmo atual de queda –um cenário que não é simples–, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) prevê que o objetivo será cumprido já em 2017.
[caption id="attachment_4726" align="aligncenter" width="635"] Acidente na rodovia Raposo Tavares; caminhão-tanque perdeu o controle e atingiu três carros e caminhão[/caption]
NÚMEROS
Nos primeiros oito meses deste ano, a cidade registrou 686 mortes em decorrência de acidentes de trânsito, uma queda de 20% na comparação com as 861 vítimas do mesmo período de 2014 –maior redução em dez anos e menor número absoluto para esse intervalo de meses.
Houve queda no número de mortes de todos os tipos de usuários: pedestres, motociclistas, motoristas, passageiros e ciclistas.
Segundo a gestão Haddad, essa melhora é reflexo de suas iniciativas, como a redução de limites de velocidade, a implantação de faixas de ônibus e de ciclofaixas.
Os resultados da cidade, no entanto, são muito similares aos registrados nas estradas do Estado nos primeiros oito meses deste ano.
As mortes em acidentes de trânsito caíram 21% nas principais rodovias de São Paulo nesse período –a maior diminuição registrada em mais de uma década e meia.
Esse cenário leva especialistas a avaliar que a redução da letalidade no trânsito paulistano também está relacionada à forte desaceleração da economia no país, que tira veículos de circulação.
Fonte: Folha de S. Paulo

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