O elevado número de mortos em acidentes de trânsito no estado de São Paulo foi objeto da entrevista do gerente-técnico do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária – ONSV ao jornal Metro. Campestrini avalia também a importância da redução do limite de velocidade em vias da Capital.
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Por Metro Jornal
22/11/2016 às 2h00
Mortes em acidentes de trânsito são maiores do que as provocadas pela dengue | Ana Paula Melo/Rádio Trânsito
Apesar de o número de mortes no trânsito na capital ter diminuído 15% entre janeiro e outubro deste ano sobre igual período do ano passado, ainda assim cinco pessoas em média morrem a cada dois dias na cidade.
Segundo os dados do InfosigaSP, ferramenta que contabiliza os acidentes e óbitos nas vias do
Estado, o número de vítimas fatais caiu de 934 na capital entre janeiro e outubro de 2015, para 792 neste ano. No mês, a redução foi de 83 para 73 mortes.
De acordo com o levantamento, os homens seguem como as principais vítimas do trânsito na cidade. No ano, até o último mês, 619 pessoas do sexo masculino perderam a vida nas ruas e avenidas da capital. Já as mulheres respondem por 162 dos óbitos em 2016.
O que teria provocado tal redução? Na visão do gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Renato Campestrini, a princípio, a adoção de medidas de proteção ao pedestre, a intensificação da fiscalização e a redução de velocidade para 50 km/h nas principais vias contribuíram para essa melhoria significativa, mas ele avalia que muito ainda precisa ser feito. “As medidas implantadas foram positivas a partir do momento em que vidas foram preservadas. A redução da velocidade nos centros urbanos é recomendação da OMS. Limites de velocidade mais altos podem representar um retrocesso”, diz.
O prefeito eleito João Doria (PSDB) prometeu, como primeira medida ao assumir o cargo, elevar os limites de velocidade das marginais.
Pedestres em perigo
Os pedestres são as maiores vítimas do trânsito paulistano. Das 792 mortes registradas, 304 estavam a pé.
Campestrini afirma que os acidentes batem os óbitos causados pela dengue. E ele tem razão. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em São Paulo, o Aedes aegypti matou apenas sete pessoas por dengue até outubro.
“Não há um número mágico. A questão do trânsito é complexa com mais de 43 mil mortos por ano no Brasil. É preciso reduzir em 50% os números em todo o território nacional.”
Total de infrações em agosto cai sobre 2015
Pela primeira vez neste ano, o total de multas aplicadas na cidade de São Paulo recuou num mês em relação a igual período do ano anterior. Em agosto, foram 1,25 milhões de multas de trânsito, 2,8 mil a menos do que em agosto do ano passado.
Segundo os dados do Painel de Mobilidade Segura da Prefeitura de São Paulo, a principal infração anotada é o excesso de velocidade, que também foi menos flagrado em agosto deste ano: foram 506 mil multas por esse motivo, ante 510 mil no mesmo mês de 2015.
Apesar disso, o total do ano ainda é bem superior ao dos oito primeiros meses do ano passado: são 10,4 milhões de multas neste ano, 29% a mais do que os quase 8 milhões de 2015. Em média, neste ano, um motorista foi multado a cada dois segundos.
Os dois radares que mais aplicaram multas no ano estão na marginal Tietê: na alça de acesso à ponte das Bandeiras e pouco mais de cem metros depois da saída da ponte da Vila Guilherme.
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