OBSERVATÓRIO encaminha apelo aos candidatos para que não façam promessas eleitoreiras
Decisões para angariar votos têm como sequelas a dor pela perda de familiares e os altos gastos públicos devido aos acidentes de trânsito
Com o objetivo de chamar a atenção para as promessas eleitoreiras feitas durante a campanha, o OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária enviou aos representantes de todos os partidos políticos uma carta em que coloca em evidência o perigo de aumentar a velocidade máxima permitida nas vias e rodovias a fim de angariar votos. Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda a redução de velocidade com o objetivo de reduzir acidentes, alguns governantes tomam a decisão contrária e aumentam a velocidade das vias, indo na contramão de medidas para a segurança no trânsito.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2009), o excesso de velocidade contribui para cerca de 30% das mortes no trânsito nos países mais desenvolvidos e para 50% nas economias em desenvolvimento. Estima-se que para cada 1 km/h de aumento de velocidade, a incidência de acidentes com vítimas cresce 3% e o risco de morte nos acidentes entre 4 e 5% (OMS, 2009).
A redução dos limites de velocidades em vias urbanas deve ser uma tendência a ser seguida, pois contribui para a preservação da integridade dos usuários mais vulneráveis na medida em que reduz tanto os riscos de acidentes ocorrerem quanto a severidade dos mesmos. Sob esta justificativa, muitas cidades no mundo vêm adotando limites de velocidade mais baixos para vias urbanas devido à inevitável interação entre automóveis e pedestres. “No Brasil, que se vê é justamente o contrário: governantes aumentando a velocidade em detrimento à segurança!”, comenta José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do OBSERVATÓRIO.
Menos velocidade, menos gastos e dor
Medidas de controle de velocidade apresentam um potencial de reduzir os impactos da acidentalidade, tanto os mensuráveis, associados aos custos decorrentes, quanto os não mensuráveis, associados a dor e sofrimento.
Ao considerar apenas os custos mensuráveis, no Estado de São Paulo essa conta é de cerca de 8 bilhões de reais anuais, segundo estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas – IPEA (IPEA/ANTP, 2003; IPEA/DENATRAN/ANTP, 2006), atualizados e tratados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária. Isso representa que cada cidadão arcou com R$ 200 por ano devido aos gastos públicos gerados por um acidente de trânsito.
Velocidade maior não significa menos congestionamento
O aumento do congestionamento, assim como dos tempos de viagem, são os argumentos mais utilizados contra a redução de velocidade nas vias urbanas. A alegação contrária a esta medida, de que aumenta os níveis de congestionamento, é contestável pelo menor espaçamento necessário para a circulação de veículos em velocidades mais baixas, de modo que uma via é capaz de acomodar mais veículos em velocidades mais baixas
Estudos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET – SP) já mostraram que o impacto da redução das velocidades máximas regulamentadas na capacidade das vias (taxa de fluxo máxima – medida da oferta de transporte) é pouco significativo, assim como na velocidade correspondente. O estudo, realizado em 2012, mostrou que a redução da velocidade da Avenida 23 de Maio não afetou a capacidade da via.
“Com o exposto acima, salientamos a importância que o tema tem para o debate público na sociedade, em particular para os candidatos e candidatas ao executivo dos estados brasileiros. O aumento da velocidade em vias urbanas não pode ser tomado como promessa eleitoral, pois é uma promessa que se constitui de um atentado à vida humana! A qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras deve ser o foco principal das políticas públicas adotadas por seus representantes”, finaliza Ramalho.
Para ler o conteúdo completo da carta, clique aqui

AÇÃO COM TEMA MORTE ALERTA SOBRE VELOCIDADE E CINTO DE SEGURANÇA EM ASSIS/SP
O instrutor de trânsito e Observador Certificado pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, André Ferreira, percorreu pontos da cidade de Assis, no interior de São Paulo, vestido de "Morte" para alertar sobre os cuidados que devem ser tomados em trânsito.

DISPOSITIVO PARA CONTROLE DE ESTABILIDADE DE VEÍCULOS PASSA A SER OBRIGATÓRIO EM 2024
O Jornal da EPTV 2ª Edição de Campinas e Piracicaba, da EPTV afiliada à TV Globo, noticiou um novo dispositivo para controle de estabilidade de veículos que passa a ser obrigatório em automóveis novos a partir de 2024. Para falar sobre ele e como a tecnologia embarcada contribui para a redução de sinistros de trânsito, o Observador Certificado Marcos Oriqui, foi consultado pela reportagem na última quarta-feira (31).

As Rodovias que Perdoam Escolhem a Vida
"RODOVIAS QUE PERDOAM" é um conceito usado para descrever estradas projetadas e adequadas para reduzir a gravidade dos acidentes de trânsito.
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