Piracicaba/SP é a segunda cidade do estado com maior proporção de mortes no trânsito por habitantes, segundo Infosiga

Piracicaba, no interior de São Paulo, é a segunda cidade do estado com maior proporção de mortes no trânsito por habitantes, segundo dados do Infosiga - Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito. O jornal CBN Campinas de hoje (01/08), conversou com o CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, para explicar sobre a dimensão do problema e buscar conscientizar a população sobre os cuidados e riscos da imprudência no trânsito.

O município de Piracicaba ultrapassou Campinas na proporção de mortes no trânsito por número de habitantes no estado de São Paulo. Nos últimos 12 meses, foram 65 óbitos em Piracicaba (taxa percentual de 15,22); em Campinas, 164 (14,38%), conforme dados do InfoSiga.

Esses dados apresentam mais detalhes sobre onde ocorrem esses sinistros de trânsito, horário, tipo de ocorrência envolvendo outros veículos ou pedestres. Com a análise, também foi averiguar que a maioria desses sinistros ocorreram em rodovias da região. A maioria deles provocada por homens, e tendo os homens como as principais vítimas também. Dessas, muitas delas envolvem motociclistas, tanto em Piracicaba, quanto em Campinas.

Paulo Guimarães chamou a atenção para um dos dados de destaque do Infosiga, que destaca que, apesar da proporção de óbitos dentro do perímetro da região de Piracicaba, existe uma divisão entre aquilo que acontece nas rodovias e o que acontece na área urbana.

“Quando a gente usa o Infosiga e faz um recorde só olhando para o ano de 2024, percebe que a participação desses óbitos na área urbana foi significativa. Então, a primeira conclusão que a gente acaba chegando é que, a cidade está em um processo de desenvolvimento, então o crescimento da frota e o crescimento da população interferem na quantidade de viagens que são realizadas, isso aumenta o grau de exposição da população e fica um desafio adicional tanto para o poder público quanto para a sociedade de uma forma geral. Porque a participação do município é muito importante para poder reverter esse quadro”, explicou.

O CEO do OBSERVATÓRIO lembrou que a gestão das rodovias e as concessões estão em constante aprimoramento e contribuindo para trazer mais segurança, mas que o principal desafio atualmente, e uma tendência não apenas em Piracicaba, mas também no estado de São Paulo e no Brasil, de modo geral, é o crescimento de óbitos e sinistros na área urbana.

Reforçando também que esse é um desafio para o momento de transição de governos municiais e o quanto, a sociedade e os meios de comunicação precisam apoiar e pautar esse tema com os candidatos a prefeito.

“Não dá para gente deixar de fora do debate político da gestão de uma cidade, um assunto que hoje traz tanto prejuízo para sociedade. Prejuízos materiais, prejuízos financeiros, prejuízos sociais muito grandes. Você comentou aí o principal recorte de vítima que a gente tem observado, não só no estado, mas em todas as cidades, são motociclistas jovens. Isso tem um impacto gigantesco também nas questões previdenciárias, porque a gente tem a interrupção de uma vida produtiva na sua plenitude. Esses jovens que podiam estar contribuindo para o crescimento do país, para a geração de renda, para a geração de riquezas para o nosso país, ou acabam morrendo, ou ficando com sequelas permanentes.”

Paulo Guimarães reforçou a necessidade da união social nesse período para defender a segurança no trânsito e promover melhorias na mobilidade urbana. “Quando a gente olha para o Brasil, a gente tem um dado de 35 mil mortes no trânsito acontecendo todos os anos, e outras 230 mil pessoas que todos os anos ficam com algum tipo de sequela permanente. Então, realmente, a gente precisa trazer para a sociedade e aproveitar esses momentos de debates políticos sobre o futuro da sociedade, a partir da gestão das cidades, para colocar e pautar esse assunto que é tão importante.”

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