Em todo o Brasil, o estado de São Paulo registrou a menor taxa de mortes ocasionadas por acidentes de trânsito no país. E o Piauí, a pior. Os dados são obtidos a partir de análise dos últimos números oficiais divulgados pelo DataSUS, do Ministério da Saúde, relativos ao ano de 2014 feita pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (ONSV) e pode ser conferida no Portal iris (iris.onsv.org.br), hospedado no site www.onsv.org.br.
Comparadas as mortes no trânsito a cada 10 mil veículos em 2014, a taxa de São Paulo ficou em 2,7, enquanto no Piauí foi de 13,5. No geral, as menores taxas foram verificadas nas regiões Sudeste (São Paulo -2,7) e Sul (Rio Grande do Sul – 3,2), e no Distrito Federal (3,5), enquanto as maiores, nas regiões Nordeste e Norte onde, além do Piauí, destacam-se como piores desempenhos, Maranhão (13.0) e Alagoas (12,3), Tocantins (9,9) e Pará (9,8).
Considerando por região, o número no Nordeste ficou em 9,0 a cada 10 mil veículos; no Norte em 8,1; no Sudeste em 3,5 (com uma taxa bastante acima da média registrada no Espírito Santo – 6,0); no Sul em 3,9 (com uma taxa acima da média registrada no Paraná – 4,5) e no Centro Oeste em 5,7 (com o estado do Mato Grosso registrando 6,7, também acima da média de sua região).
Responsável pela análise dos dados, Jorge Tiago Bastos, professor da Universidade Federal do Paraná e voluntário do ONSV, credita a fatores socioeconômicos o fato de as taxas serem menores em regiões mais desenvolvidas. “Essa é uma tendência geral. O mesmo ocorre quando comparamos países mais e menos desenvolvidos e observamos que a relação é a mesma”, explica. E ressalta que, “embora alguns estados tenham apresentado, no período de 2010 a 2014, redução no número de mortes nenhum deles apresentou comportamento contínuo de queda nos biênios 2010/2011, 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014”.
Segundo Bastos, isso se deve a um conjunto de fatores. Um deles é que as regiões mais desenvolvidas tendem a ter uma melhor educação em termos gerais, o que contribui para uma educação para o trânsito. “Então por aí ganhamos em um usuário com um comportamento mais adequado”, pondera. Outro aspecto de refere ao fato de nos estados mais desenvolvidos, os níveis de fiscalização serem maiores também, o que também contribui para um usuário mais seguro.
Ele lembra, também, que, regiões mais desenvolvidas podem contar com melhor infraestrutura, ou seja, vias melhor sinalizadas, pavimento em melhores condições, melhores projetos de rodovias, etc. “Ganha-se aí, portanto, uma via mais segura. E, nos locais mais desenvolvidos, também há a tendência de um melhor atendimento de saúde, diminuindo as chances de mortes no pós acidente”.
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