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Se liga : o trânsito mata uma pessoa a cada 12 minutos no Brasil

Escrito por Portal ONSV

19 JAN 2015 - 17H00

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A CNseg - Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização, por meio da comissão de Sustentabilidade publicou na última terça-feira (13/01) uma matéria sobre o Retrato da Segurança Viária do Brasil. O trabalho, feito pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, com apoio de alguns parceiros, reúne dados desde 2001 até 2012 que mostra  por exemplo, o perfil das vítimas de acidentes de trânsito no país, a condição da vítima, a atual situação das rodovias, entre outros dados. Confira:

Uma célebre frase popular indica que contra dados não há argumentos. Estudo consistente que acaba de ser divulgado pela ONG Observatório Nacional de Segurança Viária joga luz sobre dados alarmantes a respeito do trânsito no Brasil.

O que já imaginávamos – diante de notícias diárias sobre acidentes impactantes – é confirmado em números que parecem não fazer parte da realidade. O Brasil está perdendo um verdadeiro “exército” principalmente de jovens no auge de sua vida ativa. Uns são vítimas de acidentes fatais e muitos outros ficam inválidos para sempre. Este é um quadro semelhante ao de uma guerra e não podemos, simplesmente achar “natural”, ficarmos insensíveis ou distantes da realidade.

De acordo com o Retrato da Segurança Viária do Brasil, há um crescimento constante no número de óbitos nos últimos 14 anos. Em 2012, foram 45,7 mil vítimas fatais, o que representa um óbito a cada 12 minutos, e 177,4 mil feridos. Para termos algum grau de comparação, na Guerra do Iraque morreram cerca de 37 mil pessoas em oito anos de conflito.

Acidentes de trânsito são a nona maior causa de óbitos no mundo e podem alcançar a sétima posição dentro de menos de duas décadas.  Alguém poderá advertir que desde a invenção e popularização do automóvel pelo americano Henry Ford e os sucessivos inventos que fizeram esta máquina tão “valiosa” no Século XX este é “um mal necessário”. E que diversos outros países no mundo vivem o mesmo efeito colateral do avanço da modernidade. Mas não é só isso. Além do automóvel há também as motocicletas, os pedestres, a sociedade, as megacidades, enfim, um verdadeiro emaranhado de agentes que apenas multiplicam as fontes de problemas. Culpar a máquina ou a tecnologia é simplesmente fechar os olhos para uma crise global que poderia ter outros contornos se a mobilização realmente funcionasse. Civilidade, boa educação e gentileza já iriam ajudar muito o trânsito caótico, como já mostramos em artigo anterior.

Se a jabuticaba só existe no Brasil e sonhamos em sermos lembrado pelo futebol-arte e genialidade de muitos segmentos de ponta como os aviões da Embraer ou os produtos agroindustriais, não podemos, de forma alguma, deixarmos marca na triste estatística mundial de trânsito inseguro. No ranking mundial de 2010 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupava a148ª posição com um indicador de 22,5 óbitos por cem mil habitantes, enquanto países latinos como Chile (12,3), Argentina (12,6) e México (14,7) apresentavam índices consideravelmente menores.

Mas onde falhamos? O que pode ser feito urgentemente? Conversamos com especialistas, nos debruçamos em números e lembramos fatos recentes nesta temática. Os analistas são unânimes em reconhecer que avançamos- há muito que ser comemorado em matéria de prevenção, de itens de segurança em automóveis e motocicletas. Também são notórios os resultados alcançados a partir de um arcabouço de leis e punições rigorosas para infratores. A Lei Seca, como ficou institucionalizada no Rio de Janeiro, tem evitado acidentes ocorridos principalmente a partir da perigosa mistura de álcool e direção. Jovens que morreram deixaram famílias destroçadas e os sequelados também foram ceifados no auge da vida economicamente ativa.

“Este é um drama para ser enfrentado de frente e urgentemente”, adverte José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária. Ele alerta que do ponto de vista econômico e familiar, esta é uma tragédia que se aprofunda como uma cicatriz na sociedade. Olhando isoladamente os dados, parece que os óbitos caíram e que o cenário está, em tese, melhorando. Mas não é isso que a análise das estatísticas mostra. Muitas cidades estão limitando a velocidade e com aumento no número de veículos nos grandes centros, os acidentes têm ocorrido em velocidade menor. Mesmo assim, ainda elevada, provocando sequelas terríveis e uma verdadeira legião de inválidos.

Números recentemente divulgados pelo Governo indicam que os gastos do INSS com sequelados no trânsito foram de R$ 12 bilhões e é bem possível que esta estatística está subcalculada.

José Aurélio Ramalho observa que há correlação direta entre este triste cenário e o IDH – o Índice de Desenvolvimento Humano. E que há características bem regionalizadas levando à necessidade de políticas de educação e segurança viária bem específica para cada realidade. Em um país tão continental como o nosso – com gigantescas distorções regionais – também é preciso olhar as estatísticas de forma segmentada.

De acordo com os dados coletados junto às fontes oficiais, no Piauí, por exemplo, e em várias outros pontos das regiões Norte e Nordeste, as motocicletas são um grande foco de acidentes, principalmente com jovens. Já no Rio de Janeiro, proporcionalmente, há que se cuidar ainda mais de perto de pedestres, atropelados por motoristas inconsequentes. Na região Norte, no período de 12 anos – entre 2001 e 2012 – a frota cresceu 280%: os óbitos envolvendo automóveis se mantiveram, mas no caso das motocicletas dobrou (de 21% para 39%). De acordo com o trabalho da ONG, esta é única região na qual a frota de motos é igual à de automóveis.

Todas as iniciativas para minorar este dramático quadro são louváveis. Como o recém-lançado Programa Nacional de Apoio ao Trânsito, “Se liga!”, promovido pela CNseg, Cetip com o apoio do Observatório Nacional de Segurança Viária. Seu objetivo é conscientizar a população sobre a importância da educação no trânsito, a fim de reduzir acidentes que levam à invalidez ou à morte. A apresentação do programa aconteceu na solenidade de entrega dos troféus do Prêmio Antonio Carlos Almeida Braga 2014, em dezembro, no Rio e ficou a cargo do superintendente geral da CESER, Marco Barros. “O trânsito no Brasil ainda mata mais do que muita guerra”, alertou.

Uma série de ações educativas já está em curso para virarmos este jogo. Que ainda não está perdido, de forma alguma. Se liga, este é um assunto para cada um de nós fazer o seu papel.

Fonte: CNseg Sustentabilidade

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