Publicado, no jornal The Guardian (Reino Unido) um artigo, onde o título diz “os carros fabricados no Brasil são mortais”, o título do artigo não é menos impactante que seu conteúdo, onde traz uma série de questionamentos quanto à segurança dos carros brasileiros. O texto foi reproduzido também em outros jornais pelo mundo, como The New York Times e em sites de notícias como Fox News, Yahoo News entre outros.
O conteúdo do artigo traz informações verdadeiras mas desatualizadas e fora do contexto que o Brasil vive atualmente. Há aproximadamente cinco anos este tema foi amplamente discutido pela sociedade brasileira, onde especialistas do governo, iniciativa privada (fabricantes de veículos e auto peças) e entidades do 3º. Setor debateram como buscar formas de colocar os veículos comercializados no Brasil, nacionais ou importados, no mesmo nível de segurança dos veículos de outras partes do mundo. Foi então que entendemos que o país não poderia esperar que os consumidores se conscientizassem da importância de optar por itens de segurança nos veículos, a ter itens como rodas de liga leve, bancos de couro, DVD, teto solar, etc., e decidiu-se, através de legislação, pela obrigatoriedade do AIRBAG, ABS e da realização dos testes de impacto para avaliação dos danos e sobrevivência dos ocupantes seria a melhor forma de termos, em um menor espaço de tempo, veículos seguros no país.
O processo de implantação vem ocorrendo de forma gradual de 2009 a 2014, e em pouco mais de sete meses teremos 100% dos veículos comercializados dentro desta nova legislação. É claro que outras avaliações e normativas deverão ser incorporadas no futuro, como crash lateral e pedestres, assim como outras tecnologias deverão ser incorporadas em nossos veículos, desta forma teremos os padrões nacionais com base nas melhores práticas internacionais.
Em vários parágrafos do longo texto, o artigo trata o assunto referente à segurança dos veículos no país, como se o Brasil não tivesse tomado nenhuma medida para melhoria da segurança, o que não é verdadeiro.
O Observatório Nacional de Segurança Viária (Brasil) analisou e interpretou os dados publicados na revista italiana “Panorama Auto” de Janeiro/2013, que traz a relação dos veículos comercializados na Europa em 2012, que realizaram (ou não) os testes da EuroNcap e identificou que de nada adianta termos entidades independentes para fazer estes estudos se os mesmo não são efetuados com a frequência, amostragem e volumes necessário para dar a informação e segurança ao consumidor. Por exemplo, constam da relação publicada na revista: 55 fabricantes de veículos, 450 modelos e 6097 versões. Destas:
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Outro ponto a destacar é o tratamento dado pelo artigo como se o aumento de vendas de veículos fosse o responsável pelos altos índices de acidentes de trânsito. Esta associação é totalmente equivocada, pois se analisarmos a tríade: fator via, veículo e humano, temos sim que ter veículos mais seguros e vias mais seguras, mas o fator muito mais relevante a ser “modernizado” é a formação e a atitude dos condutores de veículos no Brasil, pois a imprudência, negligência, falta de experiência, irresponsabilidade e falta de educação são os principais fatores de um trânsito que mata e sequela milhares de pessoas todos os anos no país, sendo isso realmente mortal.
Toda tecnologia aplicada em um veículo e/ou uma via somente será eficaz se o fator humano souber utilizá-los dentro dos limites estabelecidos pela lei.
De nada adianta cinto de segurança e AIRBAG para o motorista se ele bater o veiculo a 60km/h com um adulto sem cinto no banco traseiro, ou até mesmo um veículo construído com todas as tecnologias de soldagem e deformação progressiva se o motorista chocar-se a uma velocidade de 100 km/h contra um poste ou muro, por distração, embriaguez, etc., e são estes os principais diagnósticos de nossos acidentes.
Desta forma reforçamos que a partir de 2014 o Brasil garantirá aos consumidores que os veículos nacionais e importados somente serão comercializados no país após a avaliação de um Crash Test que garanta a sobrevivência dos ocupantes.
Entendemos que as organizações não governamentais devem exigir de seus governos e da iniciativa privada as melhores práticas de comercialização e legislação tornando as relações entre os consumidores e atividade empresarial transparente e segura.
Observatório Nacional de Segurança Viária
Uma organização não governamental sem fins lucrativos, reconhecida pelo Ministério da Justiça como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que trabalha permanentemente com campanhas e pesquisas que ajudam a conscientizar, apoiar e divulgar iniciativas que tenham reflexo positivo na diminuição de acidentes de trânsito.
Veja também:
Rádio SulAmérica Trânsito - Posicionamento Observatório:
Entrevista SBT
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Cidadania e Trânsito: ações para conscientização e segurança viária
O quadro Cidadania Máxima, da Rádio Máxima (89.9 FM) de Guaratinguetá, interior de São Paulo, abordou o tema trânsito em uma conversa com o head de Comunicação e Marketing do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, Rodrigo Ribeiro, na última quarta-feira (17). Na oportunidade foram debatidos também temas como, comportamento e responsabilidade no trânsito e ações para Educação para o Trânsito desenvolvidas pelo OBSERVATÓRIO, como o Movimento Maio Amarelo.
Você dirige bem? Se possui algum desses hábitos, não
O BOL (Brasil Online) - portal de notícias do Grupo Folha – questionou os leitores na última sexta-feira (12), com base em informações do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, para saber o quanto dirigem bem. A reportagem também destacou cinco hábitos importantes que fazem motoristas não se envolverem em sinistros de trânsito.
Programa Educa apresenta novidades em 2024 e ações para o Maio Amarelo durante reunião nacional
Foi realizada na última quinta-feira (11), a reunião do programa Educa com 18 municípios integrantes do programa de Educação para o Trânsito nas escolas. Durante a abertura, o CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, comentou sobre o encerramento do projeto-piloto Educa e o início de uma nova fase, com a transição digital do programa e a disponibilização dos conteúdos aos municípios.
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