Mais um episódio de mortes de jovens marcou o Brasil na manhã desta quarta, dia 24 de junho. A notícia do acidente do cantor sertanejo, Cristiano Araújo, e sua namorada, Allana C. Pinto de Moraes, mortos em um dos carros mais seguros do mundo, com alta tecnologia, numa estrada em condições seguras - segundo informações iniciais ambos não usavam o cinto de segurança no banco traseiro e, aparentemente, estavam num veículo que trafegava fora dos limites de velocidade da via. Os demais ocupantes do mesmo veículo, o motorista do cantor e um empresário, que sobreviveram ao acidente, usavam o cinto nos bancos da frente.
Independentemente dos fatores que motivaram o acidente (excesso de velocidade, sonolência, estouro do pneu) a falta do uso do cinto não pode ser negligenciada por todos dentro do veículo.
A tragédia de vidas interrompidas no auge da idade – ele com 29; a namorada, com apenas 19 anos – confirma estatísticas da violência no trânsito e – infelizmente - não promete ser a última. Os jovens são o segmento mais vulnerável da violência no trânsito. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes de trânsito são a principal causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos.
Até quando, milhares de “Cristianos e Allanas” vão morrer todos os dias no Brasil e no mundo ao não usar o cinto de segurança?
A obrigatoriedade do cinto deve ter fundamento no respeito à vida, no autocuidado, na proteção a todos, pois só a legislação – ainda que importante – não é suficiente para resolver a questão, enquanto as pessoas insistirem em acreditar que estão seguras e num “espaço blindado” dentro dos veículos, alerta José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do ONSV (OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária).
Ramalho ressalta que enquanto motoristas e passageiros não se conscientizarem que o equipamento não deve ser usado apenas porque a Lei “manda”; e sim, porque trata-se de uma atitude de amor à vida, de preservação e de sobrevivência, essa cena vai ter reprises diários nas vias e estradas pelo mundo. “ A mudança de comportamento é necessária e urgente”, diz.
Para Ramalho, a Lei da obrigatoriedade do cinto, que completa 18 anos, não foi assimilada por grande parte da população, que só a cumpre em parte. Foi promulgada junto com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e as mortes continuam. “O uso do cinto no banco da frente é comum e o equipamento costuma ser usado sem ressalvas. Já no banco traseiro, o desrespeito às regras é diário.”
O presidente do OBSERVATORIO diz ainda que o cinto precisa ser lembrado como um equipamento de proteção, desde o nascimento. “Mães e famílias se preocupam, todos os dias, em passar noções de segurança aos seus filhos e adotar inúmeros equipamentos de proteção antes mesmo deles nascerem (são telas instaladas em janelas, protetores de tomada etc), mas esse mesmo senso de proteção é negligenciado quanto ao cinto de segurança. Muita gente parece estar cega quanto aos riscos.”
Os números - Ramalho explica que o país não dispõe de números que associam mortes e acidentes pela falta do cinto de segurança, mas informações do CDC (Centros para o Controle de Doença e Prevenção) dos Estados Unidos revelam que naquele país entre os adolescentes (de 13 a 20 anos), aproximadamente, 55% dos que morreram em batidas de carro em 2012 não estavam usando o cinto durante o acidente. Mostra ainda que adultos (de 18 a 34 anos) são os menos propensos a usar o cinto de segurança do que os adultos acima de 35 anos (são os que mais usam).
De acordo com a entidade americana, os homens são 10% menos propensos a usar o cinto do que as mulheres.
Tragédias se acumulam – outra ocorrência recente pela falta do cinto de segurança foi a morte do Nobel de Economia (1994), o matemático John Nash, de 86 anos e da sua mulher, Alícia em New Jersey, nos Estados Unidos, no dia 23 de maio passado – há exatamente um mês. O casal estava num táxi, no banco traseiro, sem o cinto, quando sofreu um acidente. O taxista e o motorista do outro veículo envolvido no acidente se salvaram. Nash inspirou o filme Mente Brilhante (2001).
Osasco e o compromisso com o trânsito seguro
O OBSERVATÓRIO e a Uber, empresa Mantenedora Social do ONSV, foram recebidos com muito entusiasmo na última semana em Osasco, na grande São Paulo. A SMTU (Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana) e mais seis parceiros, além da Cia de Teatro Sopa de Comédia, promoveram uma manhã de mobilização na cidade.
OBSERVATÓRIO recebe doação para investimento em ações do Maio Amarelo
No último dia 14 de abril, o OBSERVATÓRIO recebeu a visita de Renato Fialho, Diretor de Novos Negócios da TSI Consultores, e Marcius D’Avila, Head de Negócios e Parcerias do Portal Safety. Os dois se reuniram com o CEO do OBSERVATÓRIO, Paulo Guimarães.
Segurança em Duas Rodas: Prevenção, Consciência e Dados são Pautas em Palestra na 99
Na última quinta-feira, 10, o Membro do Conselho Deliberativo do OBSERVATÓRIO, Prof. Dr. Jorge Tiago Bastos, conduziu uma palestra durante um evento interno da 99. A empresa, que é uma das mantenedoras sociais do OBSERVATÓRIO, busca contribuir ativamente para a redução de sinistros de trânsito e a promoção da conscientização sobre a segurança viária.
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