Maurício Pontello, integrante do Núcleo Jurídico do OBSERVATÓRIO fala à Rádio CBN sobre mortes no trânsito do País
O programa CBN Gerações do último sábado (16), teve como pauta os frequentes casos de mortes no trânsito do país. A jornalista e apresentadora Cássia Godoy conversou com Maurício Pontello, membro do Núcleo Jurídico do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária e Fernando Diniz, presidente da ONG Trânsito Amigo, do Rio de Janeiro.
No período de 12 dias, entre 30 de dezembro e 11 de janeiro, aconteceram dois atropelamentos com três óbitos no Rio de Janeiro. Os sinistros de trânsito ocorreram na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes.
Questionado sobre as alterações no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) que entrarão em vigor em 12 de abril deste ano, através da Lei 14.071/2020, sancionada pelo presidente da República e, se essas mudanças serão positivas para o trânsito e a segurança viária, Maurício Pontello argumentou que o que está previsto no Código Penal, sobre os crimes e substituição de penas privativas de liberdade por restritivas de direitos, ou seja, trocar as penas de restrição de liberdade pela doação de cestas básicas, não será possível, mas alertou: “Embora tenha sido desidratada, o Projeto de Lei 3267/19, ainda deixa algumas questões frágeis para a questão da segurança do trânsito”.
Maurício defendeu uma cultura de formação de condutores diferente da que existe atualmente, que se inicie na base familiar: “A gente tem uma cultura permissiva do álcool que é muito grande, então essa cultura precisa mudar. Essa cultura de violência nas vias que vem pela velocidade. Esses dois casos que nós estamos falando, você vê a exacerbação do uso da velocidade que acaba gerando o pior dano possível que é a morte. [...] a sociedade brasileira precisa de uma formação cidadã, essa formação do cidadão precisa vir da base, nós não vamos conseguir formar um jovem no centro de formação de condutores. Nós precisamos trazer isso desde a infância para a gente começar então, a colher os frutos dessa formação e ela, vai ser refletida também no trânsito, tenho certeza disso”, falou.
E argumentou para a necessidade de inversão dos valores atuais referentes à segurança viária e educação para o trânsito. “Como nós vamos educar crianças para o trânsito? Nós vamos educar com a base da família principalmente. Então quando você assiste as pessoas falando o seguinte, ‘olha, uma cadeirinha é cara demais, onde já se viu cobrar R$ 500,00, em uma cadeirinha?’, Quanto vale a vida dos nossos filhos? Mas eu não faço a mesma pergunta para colocar uma roda de liga leve, para colocar um banco de couro, para colocar um som de última geração, então são esses valores, essa inversão de cultura que eu acredito que nós precisamos fazer”, encerrou o integrante do Núcleo Jurídico do OBSERVATÓRIO.
Ouça ao programa completo em:
https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/328899/inicialmente-voce-fica-sem-chao.htm
Sinistro de trânsito na Raposo Tavares. FotoWeinny Souza
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