O depoimento do cadeirante Humberto, vítima de acidente de trânsito, emocionou nesta segunda-feira, dia 9 de maio, os cerca de 1,2 mil participantes da abertura oficial do movimento “Maio Amarelo: # EUSOU + 1 para um trânsito mais humano’, em Paulínia. Convidado a participar pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (ONSV), criador da mobilização e apoiador das ações em Paulínia, Humberto falou ao final da palestra do diretor-presidente do ONSV, José Aurelio Ramalho.
Logo de início foi notada a dificuldade de Humberto chegar até o palco. Por conta de não haver rampa para isso, sua entrada ao local da apresentação teve de ser feita pela parte de trás do palco. Superada a dificuldade, Humberto, iniciou seu depoimento falando sobre a necessidade de as pessoas respeitarem as regras de trânsito.
“Quando um acidente acontece com você, ou com alguém próximo, você começa a enxergar as coisas a partir de um outro ângulo”, disse, destacando que o não respeito coloca em risco a vida de outras pessoas, além da sua própria. Segundo ele, a partir do acidente que sofreu e que o levou para a cadeira de rodas, teve de desistir de sonhos, planos e de muitos projetos, passando a depender de outras pessoas para praticamente tudo.
O depoimento provocava lágrimas, e com certeza, reflexão dos participantes do evento quando Humberto, levantou da cadeira de rodas e começou a caminhar pelo palco, provocando surpresa e alívio nas pessoas que se emocionaram com a história contada por ele.
Humberto, na verdade, não sofreu acidente nem é cadeirante. Ele é ator e se chama Humberto Almeida Leal. Mas sua performance foi suficiente para emocionar e alertar as pessoas que participaram da abertura do Maio Amarelo em Paulínia, que a responsabilidade de condutores ao volante é indispensável para um trânsito mais seguro e para a redução dos acidentes nas vias e rodovias.
Antes da emocionante performance do ator, o diretor-presidente do ONSV, explicou os objetivos e propostas do OBSERVATÓRIO e falou sobre a importância da mensagem embutida no Maio Amarelo. Segundo ele, o Brasil gasta por ano R$ 52 bilhões por conta dos acidentes de trânsito que provocaram mais de 43 mil mortes em 2014 (últimos dados disponíveis).
“Para se ter uma ideia, 60% dos leitos hospitalares no país são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. E, consequentemente, em função disto, faltam leitos para outras causas. Sem contar os outros custos, como, por exemplo, os relacionados à destruição de bens públicos”, destaca.
Sendo assim, assinalou Ramalho, uma das propostas do Maio Amarelo é mostrar a situação ‘avassaladora dos acidentes e os prejuízos que eles trazem, não somente na vida das pessoas, mas também nos segmentos público, empresarial e social’. O Maio Amarelo tem como objetivo, ainda, mostrar que não é o carro, o caminhão, a moto, o ônibus que matam. Mas que é gente matando gente. E para que haja a redução no volume de acidentes, algumas atitudes simples têm de ser praticadas.
“Os cintos de segurança, por exemplo, sejam os dos bancos dianteiros quanto os do traseiro, devem ser usados porque contribuem para salvar vidas e não porque se não forem usados o condutor poderá ser multado”, salienta. Do mesmo modo, destaca Ramalho, a questão da velocidade tem de ser repensada pelos que pretendem colaborar para um trânsito mais humano. “O mundo inteiro está reduzindo a velocidade nas vias. Engana-se quem pensa que a velocidade reduz em muito o tempo gasto no percurso”, pondera.
Em sua apresentação, Ramalho ressaltou uma das propostas do OBSERVATÓRIO: a de levar a Educação no trânsito também para as escolas. “É indispensável aos jovens terem a percepção dos riscos para que também mudem o comportamento”, salienta.
O diretor-presidente do ONSV apresentou, ainda, durante a abertura do Maio Amarelo em Paulínia, o site do Maio Amarelo, a página da mobilização no Facebook, que tem movimentado a rede social. Falou também sobre o concurso de fotografias alusivo à mobilização e incentivou os participantes a assistirem aos vídeos sobre o Maio Amarelo postados na página eletrônica do movimento.
AGENTES DE TRÂNSITO CONTAM COM ADICIONAL DE PERICULOSIDADE COM NOVA LEI
No dia 20 de setembro, entrou em vigor a Lei 14.684, legislação que representa um marco importante na proteção e reconhecimento das atividades desempenhadas pelos Agentes das Autoridades de Trânsito em todo o Brasil. A conselheira do Cetran (Conselho Estadual de Trânsito), consultora em gestão de frotas e projetos de mobilidade urbana e Observadora Certificada, Mércia Gomes, destaca a mudança significativa na lei para esses profissionais.
USO DE CELULAR AO VOLANTE É UMA DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE INFRAÇÕES NO PARANÁ
O programa Paraná em Pauta, da TV Paraná Turismo, afiliada à TV Brasil, da última segunda-feira (25), destacou em reportagem que o uso do celular ao volante é uma das principais infrações entre os condutores paranaenses. O professor do Departamento de Transportes da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e membro do Conselho Deliberativo do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, Jorge Tiago Bastos, reforçou esse comportamento recorrente entre os condutores com base em um estudo realizado entre as entidades.
SENATRAN APRESENTA RELATÓRIO INÉDITO DE 15 ANOS DE APLICAÇÃO DA LEI SECA
Na última segunda-feira (25), durante o encerramento da Semana Nacional de Trânsito, a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) do Ministério dos Transportes apresentou, em Brasília/DF, o relatório inédito sobre os 15 anos de aplicação da Lei Seca (Lei 11.705/2008), que destaca entre os dados levantados, uma média de oito infrações por hora no Brasil, registradas no sistema nacional de infrações de trânsito. O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária foi uma das entidades participantes da cerimônia de apresentação do estudo.
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