O estudo abordou dados das duas últimas décadas e traz constatações que impressionam
Há uma década, entre todas as vítimas fatais do trânsito no Brasil, quem lidera o ranking de mortes por sinistros de trânsito é quem está numa motocicleta. A cada ano, desde 2009, o número de motociclistas mortos só cresce. Os últimos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, dão conta de que eles são mais de 35% do total das vítimas fatais. Esse tema requer ações urgentes para reverter esse quadro.
A motocicleta se tornou fundamental para a economia do país, portanto, não há que se discutir se ela deve ou não fazer parte dos deslocamentos diários de milhares de brasileiros. O que precisamos é reunir toda a sociedade para que juntos possamos agir igualmente, em todos os pontos de risco que transitar de moto oferece. A formação dos motociclistas é o ponto crucial para reverter essa curva que só ascende. Impingir novos métodos na transmissão do conhecimento para jovens ansiosos por uma CNH A é urgente. Mas não é só isso.
- CNHs X Habilitados
No estudo publicado hoje levantamos o total de CNH's emitidas versus o total de motocicletas emplacadas em todos os estados do país e a constatação é: em alguns estados do Nordeste, há quase três motos para cada habilitado nessa categoria. Dos18 dos 27 estados e mais o Distrito Federal, há uma proporção de mais veículos que condutores habilitados. Nesses locais, a probabilidade da condução de uma motocicleta sem habilitação é maior. Fato este que se consolida no número de infrações de motociclistas pilotando sem a CNH, outro ponto levantado pelo estudo.
De 2012 a 2019, o número geral de mortes no trânsito apresentou uma redução de 28,7%. No mesmo período, as mortes de motociclistas reduziram apenas 10,4%, o que faz com que a proporção das mortes de motociclistas tenha aumentado 25,7%. Se compararmos o total de mortes de motociclistas de 2001 a 2019, houve um aumento de 244,7%. Já o índice de mortes por 100 mil habitantes, que é utilizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para classificar os países quanto a segurança no trânsito, subiu de 10 em 2001 para 35 em 2019. Em países considerados exemplo de segurança viária, o índice total de mortes por 100 mil habitantes varia entre 2 ou 3 mortes.
- Infrações relacionadas à habilitação 2019 a 2021
Os dados analisados entre 2019 até 2021, mostraram crescimento em algumas infrações de trânsito. 43,7% dos motociclistas foram flagrados dirigindo sem possuir CNH; 73,4% estavam com a CNH de categoria diferente da do veículo ou suspensas; mais que dobrou o total de infrações aplicadas nesse período em pessoas que permitiram a posse ou condução do veículo de alguém que não tenha CNH (102,8%). Por outro lado, mais de 150% entregaram o veículo a uma pessoa com CNH de categoria diferente ou com carteira suspensas.
Em relação às infrações relacionadas à condução de motocicletas, todas apresentaram aumento entre 2019 e 2021, sendo que a infração por conduzir sem capacete aumentou 18,3%; transportando passageiro sem capacete, teve um aumento de 45%, e uma das mais graves foi com relação ao transporte de crianças menores de 7 anos: o crescimento das infrações aplicadas mais que dobrou: 116%.
- Custos
Segundo o IPEA, o Brasil gasta anualmente R$ 50 bilhões com as ocorrências de trânsito. Se, o número de motociclistas mortos por ano representa 35% do total, gastamos R$ 17,5 bilhões com as ocorrências envolvendo motociclistas. Se levarmos em consideração, a arrecadação de impostos com a venda de motocicletas em todo Brasil, esse valor representa 4 vezes menos com o gasto para atender às ocorrências.
- Mortalidade por Região
O Nordeste possui uma frota de menos de 30% das motocicletas do país, todavia, é a região mais afetada pelas ocorrências fatais de trânsito de motociclistas, quase 40% do total registrado.
Em relação ao ranking por estado, os estados do Nordeste estão no topo da lista, seguido dos estados do Norte e Centro-Oeste. Em números absolutos os que mais ocorrem óbitos de motociclistas são: São Paulo (1.522 – 13,6%) e Minas Gerais (771 – 6,9%).
O estudo do OBSERVATÓRIO ainda traz as 10 cidades que mais registram sinistros de trânsito de motociclistas por região e as oito cidades de cada estado mais inseguras para transitar de motocicleta.
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Leia a matéria completa no Caderno Mobilidade do Estadão:
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