Na última década, quase 13 mil ciclistas foram hospitalizados vítimas de atropelamentos e 13.718 ciclistas perderam a vida
*Stefania Alvise
O dia nacional do ciclista e da bicicleta foi escolhido após um sinistro com vítima fatal ocorrido no Eixo Sul, em Brasília (DF) em 2006. O biólogo e ciclista Pedro Davison, com 25 anos de idade, teve a vida ceifada. A data foi sancionada em novembro de 2017, quando foi publicada no Diário Oficial da União a lei 13.508/2017.
Na última década, quase 13 mil ciclistas foram hospitalizados vítimas de atropelamentos e 13.718 ciclistas perderam a vida, segundo levantamento da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), desta forma, ações como estas foram necessárias para mobilizar a sociedade a refletir sobre os espaços e os modos de conviver entre veículos motorizados e os veículos de propulsão humana (Art. 247 do CTB – Código de Trânsito Brasileiro). Segundo a lei 9.503/97, o conceito e definição de bicicleta ficou sendo - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
A magrela, como é conhecida, chegou ao Brasil no final do Século XIX vindo da Europa para a cidade de Curitiba-PR. Um grupo de imigrantes alemães criou o clube dos ciclistas. Em pouco tempo difundiu-se no Brasil tendo inclusive sua primeira fábrica de bicicletas fundada por Luigi Caloi, em 1898. Por muito tempo, a bicicleta foi considerada apenas um brinquedo, as crianças das décadas de 80 e 90 eram presenteadas em datas especiais como natal e aniversário! É um veículo de transporte que vem ganhando espaço, principalmente, durante e após a pandemia.
Infelizmente, muitos municípios do Brasil, ainda não estão preparados para incluírem este modal de forma que os usuários tenham espaços com segurança e respeito dos demais condutores de veículos para circularem, por isso, a necessidade deste dia, para lembrarmos de que todos fazemos parte do trânsito e podemos dividir o espaço em harmonia com gentileza.
Vemos nos noticiários diariamente, atropelamentos de ciclistas e na maioria dos casos, sem que o condutor preste o devido socorro à vítima. E cada dia mais aumentam as manifestações e pedidos para tornar as leis e sanções menos brandas e mais justas. O maior deve proteger o menor e todos devem seguir as regras de trânsito, mantendo-se seguros evitando comportamentos de risco, observando as sinalizações como placas, semáforos, obedecendo aos gestos dos agentes de trânsito e sempre atentos evitando usar fones de ouvido.
Mesmo com a via preparada para receber os ciclistas, cuidados devem ser tomados por todos no trânsito. As crianças devem sempre estar acompanhadas de um adulto e circular em áreas mais reservadas e seguras. O número de veículos aumentou na última década fazendo com que ficasse perigoso pedalar em ruas mesmo em bairros mais tranquilos. Alguns itens são essenciais para a segurança do ciclista como o uso do capacete, aprovado pelo Inmetro, que reduz em até 85% o risco de lesões na cabeça, cotoveleiras, joelheiras, sapato fechado e confortável, roupas claras e flexíveis, além de dispositivos luminosos dianteiros e traseiros.
Algumas dicas de segurança são essenciais, como pedalar sempre no sentido da via respeitando o fluxo do trânsito e permanecendo na ciclofaixa. Quando não houver, o ciclista deve pedalar no bordo da pista do lado direito e enfileirados (art. 58 CTB). É necessário que as cidades tenham mais bicicletários para estimular o uso deste modal que é sustentável, pois, não polui o meio ambiente, diminui a poluição atmosférica (os meios de transporte são responsáveis por 25% de dióxido de carbono liberado diariamente), diminui também a poluição sonora. Cada bicicleta tira do trânsito um veículo e auxilia para a melhora da fluidez nas vias.
Novos cenários
Com a pandemia, o isolamento social exigiu das pessoas novas estratégias para conviver e até se exercitarem, desta maneira, muitas pessoas colocaram em prática aquela antiga proposição de pedalar! O aumento da procura no mundo foi registrado como algo positivo, deixando as lojas praticamente vazias.
Todos nós sabemos que as bicicletas são meios de transporte ecologicamente corretos, contribuem para a saúde física e mental do usuário, fortalece o sistema imunológico, respiratório, cardiovascular e muscular, além de trabalhar a concentração, atenção e foco.
O uso de celular enquanto as pessoas pedalam é quase zero, elas preferem tirar fotos de paisagens e selfies, quando estão paradas. É uma atividade saudável que pode ser realizada de maneira individual ou em grupo. Muitas pessoas já migraram para este tipo de transporte pela economia no tempo e pela saúde.
É necessário colocar em prática nas escolas, nas comunidades, igrejas, e demais locais a educação para o trânsito, visto o aumento de ciclistas nas vias. Os condutores de veículos de pequeno e grande porte, devem manter o distanciamento de 1,5m (previsto no art. 201 do CTB). Os ciclistas não podem pedalar sobre as calçadas, mais muitos o fazem, é necessário que todos, inclusive apenas que for pedestre tenha conhecimento do Código de Trânsito Brasileiro.
Quando precisarem usar a calçada devem descer da bicicleta e empurrá-la para a segurança de todos. A bicicleta é um objeto completo pois ao utilizamos ela para atividades físicas, lazer e como meio de transporte barato, além de estimular o convívio em grupo, estimulamos também o contato com a natureza e a memória!
O ciclismo é um esporte inclusivo muito praticado por adeptos de todas as idades e classes sociais, de diversas deficiências físicas e mentais. Falar de números muitas vezes não conscientiza, pois não faz razão efetiva para quem recebe a mensagem. Enfatizar as vantagens de pedalar é uma ótima alternativa para atrair mais adeptos, visto os constantes aumentos do combustível, além de, economizar nos estacionamentos, em vagas rotativas e particulares. Quem pedala é mais feliz e menos estressado!
Juntos salvamos vidas!
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Stefania Alvise - Pedagoga, Educadora de trânsito e Observadora Certificada, Curitiba-PR.
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