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Maio Amarelo, conexões cerebrais e vida no trânsito

Como repetição e sintonia neural podem gerar impacto e conexão

Escrito por Portal ONSV

28 MAI 2025 - 11H10 (Atualizada em 28 MAI 2025 - 11H19)

Em maio de 2011, o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) abraçou o desafio proposto pela ONU em reduzir pela metade as mortes no trânsito na chamada “Década de Ação para a Segurança Viária”. Três anos depois, em 2014, nascia o Maio Amarelo, um movimento idealizado pelo Observatório, com uma proposta global e com um laço que logo se tornou símbolo de atenção e cuidado ao volante.

Desde então, a cada ano, o laço amarelo pinta ruas, veículos e redes sociais, convidando a todos a refletirem sobre a importância de dirigir com responsabilidade.

Alguns contestam a iniciativa, considerando redundante ou pouco eficaz diante da urgência de reduzir o número de vítimas no trânsito. Muitos afirmam que se trata de um gesto pro forma, que gera pouco efeito além de algumas publicações nas redes sociais.

Senão vejamos: até as vozes céticas desempenham um papel relevante ao manter viva a discussão pública. Embora existam críticas construtivas que enriquecem o debate, as críticas vazias, ao serem repetidas, reforçam indiretamente o tema central. Continuamos precisando falar sobre segurança viária!

Enquanto eu via esse vai e vem de apoios e resistências em torno do Maio Amarelo, me deu vontade de mergulhar na neurociência para entender como nossos cérebros podem entrar em sintonia.

Onde encontrei a: a sintonia neural.

Conceito da neurociência social, que talvez nos ajude a explicar esse fenômeno.

Trata-se do alinhamento de padrões de atividade cerebral entre pessoas que compartilham um mesmo estímulo. Seja um filme, uma música ou uma discussão.

Estudos que utilizam ressonância magnética funcional (fMRI) mostram que espectadores de um mesmo filme exibem ativação cerebral simultânea em regiões específicas diante de cenas de alta tensão, como se seus cérebros sincronizassem suas respostas em perfeita harmonia.

Experimentos com EEG (eletroencefalografia) em salas de aula, em apresentações musicais e até em jogadores de um mesmo time de futebol confirmam que a atenção conjunta altera a dinâmica neural.

Alunos que assistem a uma mesma aula em vídeo apresentam ondas cerebrais sincronizadas. Músicos tocando um dueto. Até mesmo os goleiros quando acompanham o ataque do seu time demonstram que cérebros podem entrar em compasso.

Essa sincronia está associada a maior engajamento, compreensão e empatia coletiva.

Mesmo para profissionais de segurança viária, o impacto de uma campanha anual pode parecer óbvio, até um tanto maçante, pois já vimos diversas vezes.

Mas é necessário.

Pois a cada Maio Amarelo, renovamos a sintonia cognitiva da sociedade com a segurança, como se ativássemos novamente a mesma frequência de cuidado e atenção compartilhada.

Essa manutenção anual é não somente um lembrete, mas um reparo necessário nas conexões neurais que sustentam nossa cultura de segurança.

Em um mundo onde a informação é fugaz e as atenções se dividem, reiniciar a sintonia neural coletiva é tarefa fundamental.

O Maio Amarelo, ao reunir sob um mesmo símbolo e narrativa milhões de cérebros, mantém viva a urgência de cuidar da vida no trânsito, garantindo que a mensagem ressoe em cada novo motorista e em cada nova geração.




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