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agosto/2020
Eu acompanho as discussões sobre Segurança no Trânsito, no Brasil, há cerca de 20 anos. Normalmente, elas acontecem sempre no formato “varejo”, ou seja, focada no indivíduo.
As campanhas, as fiscalizações, os discursos… costumam enfatizar que “cada um é responsável por sua segurança e pela segurança dos demais”.
A culpa do acidente é do motorista. A culpa do atropelamento é do pedestre. E a responsabilidade de evitá-los, também é de cada indivíduo.
Isto também está acontecendo com a campanha do Maio Amarelo e/ou Semana Nacional de Trânsito: “Perceba o risco. Proteja a vida.”
Em geral, as mensagens são dirigidas para que você perceba os riscos aos quais você está sujeito e você proteja a sua vida. O motociclista deve olhar os seus riscos, o pedestre os seus riscos, os ciclistas… A ideia é que a soma dos esforços de cada um irá produzir um trânsito melhor, mais seguro. Cada um no seu quadrado.
E quem olha o risco do conjunto?
Quem olha o risco de todos?
Ninguém?
Claro que o trânsito é feito de pessoas, mas nem sempre nossa “unidade de análise” deve ser cada um. Nem sempre a soma das partes garante um bom resultado do grupo.
Em geral as políticas são feitas “no atacado”, as regras são definidas para a população, para os grandes grupos, para os estados, as cidades, os idosos, as crianças, etc.
Existem pessoas que têm cargo, uma função, um lugar na hierarquia que podem proteger (ou desproteger) dezenas, centenas ou milhares de pessoas.
A Lei Seca afetou milhões de pessoas. Quem contrata e instala um radar protege milhares de pessoas de motoristas acelerados.
Se a diretora da escola muda a portaria de saída dos alunos, do portão da avenida para o portão da rua lateral, ela protege centenas de alunos de serem atropelados.
O professor que inclui bons exemplos de trânsito nas suas aulas (estatísticas, frenagem, cinto, acuidade visual…) protege dezenas de alunos.
Quem cria um concurso (de frases, redação, teatro…) sobre segurança no trânsito mobiliza centenas de pessoas.
Aquele que capacita algumas dezenas de instrutores irá transmitir sua mensagem a centenas ou milhares de alunos.
Se o Setor de Manutenção de uma empresa adota um plano de manutenções preventivas, ele cuida dos equipamentos de dezenas de empregados.
Se a Gerência de Pessoal premia os bons e pune os erros, ela afeta dezenas de famílias. Se a Gerência de Contratos escolhe os cursos de direção defensiva com base na qualidade e não no preço mais barato, o impacto positivo pode ser maior ainda.
Se você organiza o “motorista da rodada”, você protege seus amigos de um final de balada desastroso.
Na sua escola, na sua empresa, no seu condomínio, na sua igreja, na sua família… quais são os principais riscos de acidentes de trânsito?
Você já percebeu onde as outras pessoas estão ficando expostas, indefesas, vulneráveis no trânsito?
Quem você pode proteger?
Dá para definir uma regra ou procedimento que irá ajudar a todos?
No estacionamento da empresa há um trajeto sinalizado e protegido para os pedestres (inclusive aqueles que deixaram seus carros no estacionamento)?
Há um controle de velocidade nos veículos da empresa?
Haverá uma palestra sobre prevenção de acidentes de trânsito na Semana Nacional de Trânsito ou na SIPAT da empresa?
Muitos empregados (e fornecedores) estão trabalhando dirigindo de um cliente a outro. Você telefona para eles enquanto estão dirigindo? Você conseguiria evitar que eles sejam pressionados a atender enquanto dirigem?
O jornal (mensal, mural, digital…) inclui mensagens como “deixe-se abraçar pelo cinto de segurança, isto pode lhe garantir muitos outros abraços ao chegar em casa”?
Na sua cidade ou bairro, onde acontecem mais acidentes? Por que eles acontecem? Dá para tentar mudar alguma coisa? Uma placa? Uma campanha? Quem pode ajudá-lo nisto?
Sua cidade precisa de uma nova lei sobre trânsito?
Você pode fazer um abaixo-assinado?
Eu convido você, neste mês de setembro, olhe para o seu dia a dia (perceba os seus riscos e proteja a sua vida), mas também olhe para o seu coração, nele cabem todas as outras pessoas com quem você estuda, trabalha, convive. Perceba os riscos delas, e proteja a vida delas.
Participe da campanha e some-se ao Maio Amarelo.
Continue a cuidar de sua segurança “no varejo”, mas não deixe de cuidar da segurança “no atacado”, multiplique as suas ações e os seus resultados.
Pense grande e cuide de muitos, exerça sua responsabilidade social.
Perceba oS riscoS. Proteja aS vidaS.
*Ronaro Ferreira é Observador Certificado do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária de Belo Horizonte (MG);
Antropólogo Especialista em Gestão, Educação e Segurança de Trânsito;
Mestre em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência Belo Horizonte.[/vc_column_text][vc_separator type="transparent"][vc_separator type="transparent"][/vc_column][/vc_row]
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